Por Thaiany Perioni
Os profissionais da educação de Cabo Frio decidiram na noite da última sexta-feira (22) pela manutenção da greve. Com essa decisão, nesta segunda-feira (25) a categoria completa 14 dias de paralisação e a situação começa a preocupar pais e responsáveis pelos alunos da rede municipal.
Apesar da greve ser uma atitude necessária, que reforça a luta pelos direitos trabalhistas da categoria, a situação gera grandes prejuízos para os alunos. Como se sabe, no ano passado, a educação ficou sete meses em greve, situação que inevitavelmente deixou uma defasagem muito grande no aprendizado dos estudantes.
Mesmo sabendo da greve, Milene Carneiro tem ido todos os dias a escola do seu filho na esperança que tenha aula. Isso porque ela sabe das dificuldades que hoje ele enfrenta, devido ao atraso que sofreu ano passado.
“Posso dizer que meu filho não aprendeu nada ano passado. Foram meses com ele em casa, apesar da gente tentar ensinar, em casa não é a mesma coisa. No início do ano coloquei ele na explicadora, e ele sofreu muito para acompanhar os outros alunos”, contou Milene, que teme que essa nova paralisação seja um retrocesso ainda maior no aprendizado do pequeno Pedro, de sete anos, que já ficou vários dias sem aula ou com uma carga horário menor que a habitual.
Essa não é uma preocupação só da Milene, a maior parte dos responsáveis pelos alunos está apreensivo. “A verdade é que o ensino da rede pública já não é dos melhores. E com tanta greve assim fica ainda pior. Quem sofre no meio dessa briga são os alunos, que tem seus aprendizado cada vez mais defasado”, lamentou Amanda.
O Psicopedagogo Raphael Valetim, que atualmente, atua também na área de reforço escolar para crianças conta que é notório como essas paralisações afetam o processo de aprendizado dos alunos.
“O processo de ensino aprendizagem é continuo, dividido por etapas que se complementam de forma ordenada e muito significativa. Quando há interrupções, as consequências e danos são incalculáveis quanto grupos de alunos e mais ainda se tratando de indivíduos que são diferentes neste processo. Greves são prejudiciais e se tornam uma bola de neve na educação, agravando crises e causando problemáticas bem relevantes”, enfatizou.
Sobre a greve – Os profissionais da educação, em assembleia convocada pelo sindicato dos profissionais da educação, decidiram pela manutenção da greve pelo menos até a próxima quarta-feira, 27, quando uma nova reunião acontecerá no ministério público com a presença do prefeito Marquinho Mendes. Hoje, 25, a categoria faz uma panfletagem no Largo Santo Antônio.
A categoria afirma que luta pelo pagamento do salário de agosto a todos os servidores, tendo em vista que uma parte dos trabalhadores ainda não recebeu, mesmo a lei determinado o pagamento do salário no quinto dia útil do mês, ou seja, 08 de setembro. Os trabalhadores também cobram o pagamento da parcela do acordo referente aos salários atrasados deixados pela administração anterior e a derrubada do decreto assinado pelo Prefeito Marcos Mendes, que corta benefícios como horas extras e adicional noturno, dos servidores.