O presidente Michel Temer autorizou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a usar tropas do Exército nas ruas do Distrito Federal desta quarta-feria (24) a 31 de maio. A decisão do presidente, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, foi justificada como necessária para controlar a “baderna”. As manifestações, em Brasília, convocadas pela Frente Brasil Popular e centrais sindicais para pedir eleições diretas, começou de forma pacífica e terminou em confrontos com as forças policiais. A situação foi classificada por Jungmann como “baderna” e “descontrole”. Em pronunciamento feito a pedido do presidente Michel Temer, o ministro disse que as manifestações degringolaram “para violência, vandalismo, desrespeito, agressão e ameaça”.
Posição do Prensa: Ao convocar o Exército para ocupar Brasília por uma semana, praticamente decretando estado de sítio na capital federal, Michel Temer, que é investigado por corrupção, tomou uma decisão ilegal; isso porque, embora o artigo 142 da Constituição Federal garanta essa possibilidade, o dispositivo só pode ser acionado quando as forças tradicionais de segurança, como as polícias militares, se mostram incapazes de agir; o caso será levado ao Supremo Tribunal Federal, numa iniciativa que deve ser liderada pelo ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão; ao saber do decreto de Temer, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, interrompeu a sessão da suprema corte e disse: “espero que seja mentira”.
Avaliação das Centrais Sindicais
Na avaliação das centrais sindicais e movimentos sociais, a marcha “Ocupe Brasília”, ocorrida nesta quarta-feira (24) e contrária às reformas Trabalhista e da Previdência, foi um sucesso e contou com a adesão maciça da população. De acordo com os organizadores, a previsão de cem mil pessoas nos ruas foi superada com tranquilidade (a polícia militar falou em 35 mil pessoas apenas) e o recado ao Congresso e ao Palácio do Planalto foi dado. O presidente Michel Temer também foi alvo de críticas, com pedidos de renúncia do seu mandato, atrelando seu nome às denúncias de propina delatadas pelos sócios da empresa JBS. Lideranças sindicais se reúnem hoje a noite para avaliar a possibilidade de uma nova Greve Geral, que promete ser maior que a realizada em abril.
Para José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e um dos organizadores da marcha, a população aderiu aos movimentos por sentir a falta de uma maior representação dentro do governo. “Apesar de alguns focos de tensão, os protestos foram pacíficos. Ficamos orgulhosos em ver vários setores da sociedade civil organizada juntos, numa só bandeira suprapartidária. Tentamos de todas as formas mostrar ao presidente Michel Temer e ao deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, o quão prejudicial essas reformas são para o País, mas eles não quiseram nos ouvir. Essas atitudes mostram total insensibilidade e falta de diálogo com o povo brasileiro. Se eles não nos ouvem, nos resta protestar”, afirma Calixto.
Da redação
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