O Governo do Estado decretou epidemia de dengue no Estado do Rio de Janeiro. A decisão foi anunciada, nesta quarta-feira (21), pelo governador Cláudio Castro em coletiva de imprensa com a participação da secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A medida foi tomada devido ao crescimento do número de casos da doença. Até o momento, foram feitas 49.405 notificações, cerca de 308 por 100 mil habitantes, com quatro óbitos (dois na capital, um em Itatiaia e um em Mangaratiba).
Outra ação anunciada foi a criação do Observatório Dengue RJ, que utiliza tecnologia de ponta e uma equipe técnica de plantão no Centro de Inteligência em Saúde (CIS), dedicada a monitorar, apoiar e dar respostas rápidas às emergências relacionadas à dengue nos 92 municípios do estado. Essas ações fazem parte da segunda etapa do Plano Estadual de Combate à Dengue.
O primeiro lote das vacinas contra a dengue será entregue ao estado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (22/02). São 231.928 doses que serão enviadas à Central Geral de Armazenamento da Saúde RJ. O público alvo são adolescentes entre 10 e 14 anos, da Região Metropolitana I, que inclui a capital e municípios da Baixada Fluminense.
O governador Cláudio Castro destacou que “A decretação da epidemia é importante para podermos atuar de forma mais precisa e segura com as ações necessárias de combate à dengue e que nada falte à população. A nossa decisão foi feita conforme os dados da doença em todo o estado. Em mais de 60 cidades há aumento dos casos da dengue por três semanas consecutivas, sendo fundamental para implementarmos a situação emergencial. Além disso, o decreto agiliza a compra de insumos e diminui a burocracia quando temos necessidades imediatas.”
O Centro de Inteligência em Saúde analisa e disponibiliza os dados da dengue no Painel Monitora. Uma vez por semana a secretaria divulga o Panorama da Dengue, boletim que faz análises da evolução e tendências de transmissão de casos em todas as regiões do estado. Também avalia o cenário a partir dos casos notificados e o aumento de registros em relação ao limite máximo esperado para cada semana epidemiológica.
Além disso, a SES.RJ mantém o treinamento dos profissionais de saúde das redes pública e privada. Médicos e enfermeiros participam de capacitações presenciais e on-line, com equipe multiprofissional, desde o dia 6 de fevereiro, com previsão até 30 de março. Atualmente, 1.639 profissionais já foram inscritos na plataforma de educação digital da saúde para capacitação on-line. A meta é treinar dois mil profissionais.
Equipes das 27 UPAs da rede estadual de saúde serão reforçadas com médicos e enfermeiros dedicados ao atendimento dos pacientes com dengue. Outra previsão é a conversão de 160 leitos de outras unidades de referência para atendimento, caso seja necessário. Já para as gestantes, o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião é a unidade de referência no atendimento à dengue no Rio de Janeiro e segue recebendo grávidas de todo o estado.
Polo de Hidratação
A SES-RJ está ampliando as salas de hidratação em 11 UPAs estaduais. Além disso, a secretaria montou polos de hidratação em 11 municípios, para onde enviou insumos, medicamentos e equipamentos. A instalação do ponto é feita conforme a demanda dos municípios. Há mais 12 pedidos em análise pela secretaria, que possui capacidade para acomodar 80 polos de hidratação em todas as regiões do estado.
Cenário da dengue no estado
O Estado do Rio de Janeiro segue com crescimento de casos prováveis de dengue. Segundo o último boletim epidemiológico, já são 49.405 casos notificados este ano (até 19 de fevereiro), número que já alcança os 51.501 registrados em 2023 inteiro. A incidência de dengue atual é de 308 casos por 100 mil habitantes e apesar do RJ estar no nível 2 de ativação do plano de contingência (risco iminente), algumas regiões, como a Metropolitana I (Capital e Baixada Fluminense) tiveram crescimento maior do que o esperado por três semanas consecutivas e atingiram o nível 3 (epidemia) por isso o governador decidiu antecipar decisão do decreto de epidemia.