Na última segunda-feira (6) o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi denunciado à Organização dos Estados Americanos (OEA) e dessa vez outro órgão internacional recebeu denuncias contra o chefe do executivo estadual. Nesta terça-feira (7) a Organização das Nações Unidas (ONU) obteve o documento enviado pela presidência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (CDDHC).
O documento enviado à ONU e assinado pela presidenta da CDDHC, a deputada Renata Souza, destaca a atual política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro que, segundo o documento, “está cada vez mais militarizada com o uso de drones, helicópteros e carros blindados, além da técnica de snipers”.
O uso destes aparatos nas operações policiais dentro das favelas e periferias do Rio de Janeiro, aumentaram consideravelmente o tempo destas operações, segundo o documento. As operações que antes duravam em média 5 horas, agora duram até 14 horas podendo chegar a mais de 24 horas de tiroteio.
“O maior problema do RJ é o fato de não haver uma política pública de segurança. O que há é um governador que se acha justiceiro, que diz que o único protocolo de segurança aplicável em seu governo é mirar e atirar na cabecinha. Sem dúvida nenhuma isso demonstra um limite da nossa democracia e o quanto a segurança pública não trabalha para assegurar o direito à vida da pessoa e sim para colocá-las em risco. Quando observamos um helicóptero atirando a esmo sem nenhum trabalho de inteligência você já expõe a naturalização de mortes nesse processo. Um governante não pode naturalizar o número de mortes e contar como se fosse sucesso de uma operação”, diz Renata Souza.
A deputada pediu à ONU que solicite das autoridades brasileiras uma declaração a respeito dos fatos apresentados e tome as providências.