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General futeboleiro (no banco de reservas)

Quando a faca tem dois gumes cortamos o que precisamos, mas corremos o risco de rasgar o que não deveríamos. Após a tragédia numa escola em Suzano, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão veio a púbico eleger o culpado: os games violentos.

Com isso se referiu ao seu passado, afirmando que ‘suas’ brincadeiras eram muito mais saudáveis. Mas aqui há problemas espinhentos, sobre os quais o general deveria pensar melhor antes de oferecer como solução para as nossas mazelas a mera conservação do seu passado.

Quem produz games no mundo atual são enormes empresas capitalistas. O que fará o governo federal? Proibirá que esses produtos entrem aqui? Ou seja, imporá a essas empresas um embargo? Os jogos violentos estão nas mãos das crianças. Porém isso é o efeito de um comportamento generalizado: estamos todos enfiados em nossas telas grandes ou pequenas. Sem dúvida, não é esse jogo, exclusivamente, que nos torna violentos, entretanto não sejamos ingênuos, pois se são tão perigosos, porque não são amenizados ou mesmo deixam de ser produzidos?

Deveriam jogar bola, desejar ser jogador de futebol. General, pense no que se tornou esse esporte onde há: casos de abuso sexual na base, vendas milionárias, lavagem de dinheiro, garotos pobres que enriquecem meteoricamente, lucro ilícito, fraudes e uso indevido de dinheiro público. O futebol não é mais aquele esporte folclórico e romântico praticado nos anos 60. Ou seja, não há uma dicotomia clara e moral: futebol-brincadeira X Game-jogo.

Assumo que certos games me incomodam. Mas o futebol e suas práticas obscuras, não é o mocinho da história. Tragédias, como a que aconteceu em São Paulo, tem raízes profundas, fruto de um processo lento. Entretanto, general, tudo pode ser acelerado. Para tanto, basta facilitar ao cidadão o acesso às armas de fogo.

*Rafael Alvarenga é professor de filosofia e amante de esportes

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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