Por Rafael Alvarenga
Nas 328 páginas do livro Anjos Brancos – Entre o Céu e o Inferno os Bastidores do Real Madrid o jornalista inglês John Carlin destaca cinco anos da história do clube merengue (2000 – 05). Muitos de nós sabemos que o Real Madrid, fundado em 1902, é um dos maiores campeões de tudo que se pode disputar no mundo do futebol. Entretanto, a razão deste recorte não se deve a títulos.
O início dos anos 2000 no Real Madrid é marcado pela política de Florentino Pérez que se tornou presidente do clube. E é justamente seu modo de pensar o futebol que o faz criar um time que entrou para a história por reunir, num mesmo lado do campo, nomes como: Zidane, Ronaldo, Beckham, Figo, Roberto Carlos e Raul. Uma equipe que entrou para a história com o codinome de Galácticos.
Segundo Carlin, o pensamento de Pérez se resumia em “Quanto mais espetaculares e caros os seus jogadores, mais baratos e ainda mais espetaculares eles se tronarão.”. Ora porque essas estrelas se pagariam a si mesmas. Atraindo investimentos e patrocínios tão galácticos quanto eles mesmos.
No entanto, o que mais me chamou a atenção no livro foi uma idéia defendida pelo próprio autor. Segundo ele, o que marca um time não são, necessariamente, os troféus conquistados. É preciso mais que isso. Deve existir um futebol esplêndido, uma forma de jogar que encante e que prevaleça sobre a vitória e a derrota. É nesse sentido que ele cita a seleção brasileira de 1982, e a laranja mecânica de Cruyff (1974-78). Ambas as equipes não foram campeãs do mundo, entretanto o conquistaram por jamais serem esquecidas.
A tese de Carlin é polêmica, sem dúvida. Mas convida a pensar e desejar que o futebol seja bonito, seja arte; e que marque até mesmo quando o campeão for o adversário.