A IABAS é responsável pelos contratos que envolvem a construção e administração do Hospital de Campanha de Casimiro de Abreu.
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil realizam na manhã desta quinta-feira (23) uma operação que tem como principal alvo o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), OS (organização social) que há anos mantém contratos milionários com o estado e municípios no Rio e é investigada por fraudes na prestação de serviços na área da Saúde. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Um dos contratos envolve a construção e administração do Hospital de Campanha de Casimiro de Abreu, além de outros seis hospitais no estado.
Os mandados tinham como destino residências e empresas de pessoas apontadas de integrar o esquema criminoso, que chegou a desviar cerca de R$ 6,2 milhões dos cofres públicos da Prefeitura do Rio. São investigados os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Entre os presos estão Luis Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, e a mulher dele, Simone Amaral da Silva Cruz. Eles foram pegos em Campinas (SP). O casal já havia sido preso em 2018.
Segundo a força-tarefa, a antiga gestão do Iabas recebeu, entre os anos de 2009 e início de 2019 — nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella –, R$ 4,3 bilhões em recursos públicos, dos quais os R$ 6,5 milhões teriam sido desviados. Ainda não se sabe quando esse esquema começou.
Os empresários Marcos Duarte da Cruz e Francesco Favorito Sciammarella Neto também foram presos. A força-tarefa ainda procurava por Adriane Pereira Reis.
Alvos na operação
- Luis Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas; (preso)
- Simone Amaral da Silva Cruz, esposa de Luis Eduardo; (presa)
- Marcos Duarte da Cruz, irmão de Luis Eduardo; (preso)
- Adriane Pereira Reis; (presa no fim da tarde)
- Francesco Favorito Sciammarella Neto, empresário. (preso)
Os cinco vão responder por peculato (desvio de recursos públicos), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Hospitais de campanha
Em outra frente, o Iabas também está sendo investigado por supostas irregularidades na instalação e na gestão de hospitais de campanha do governo do RJ para o combate à Covid-19.
Em São Paulo, o Iabas administra 561 leitos no Hospital de Campanha do Anhembi para o tratamento de pacientes com Covid que serão desativados no dia 1º de agosto. O instituto também possui outros contratos ativos com a Prefeitura de SP para administração de outras unidades de saúde.
No Rio, o Iabas chegou a assinar contratos para a administração de sete hospitais de campanha estaduais. Após ser alvo da Operação Placebo, no início de junho, o governador Wilson Witzel (PSC) determinou a intervenção nos hospitais e retirou o Iabas da administração dos contratos.
Além de Rio e São Paulo, a entidade também mantém um contrato com o governo de Mato Grosso do Sul, onde gerencia sistemas de agendamento de consultas, disponibilidade de leitos hospitalares e indicadores de qualidade. O contrato paga cerca de R$ 1,2 milhão por mês pelo serviço.