O ano de 2019 começou com números alarmantes de agressões contra a mulher. No estado do Rio de Janeiro, só nesses dois meses de ano foram registrados mais de 80 casos. Em Cabo Frio, nessa última quarta-feira (20), a superintendente de artesanato da cidade, Vânia Carvalho, foi agredida por um colega de governo, o superintendente de Postura, Porfírio de Assis.
Tudo aconteceu quando Vânia foi até à Coordenadoria de Postura entregar ofícios referentes à liberação de uma taxa cobrada pela Secretaria de Planejamento para que o artesão tenha o direito de expor produtos na Praça do Guta, na Praia do Forte. Vânia conseguiu a isenção da cobrança junto à Secretaria de Fazenda e Procuradoria Geral do município.
Assis disse que não iria receber o ofício e que exigia que um superior falasse pessoalmente com ele. A superintendente então tentou registrar a entrega dos documentos com fotos. Nesse momento, Assis puxou Vânia pela braço com violência, para tirar o aparelho telefônico da superintendente.
A mulher foi relatar o ocorrido ao prefeito Adriano, porém só acabou sendo recebida pelo Secretário de Governo, Duca Monteiro, depois de aguardar por horas. Vânia afirma que se sentiu muito humilhada, principalmente, pelo fato do agressor ter sido recebido antes dela. “Eu que fui agredida, o cara nao poderia ter feito isso. Se ele fez isso comigo, ele pode fazer isso com qualquer um”, lamenta.
Ainda segundo Vânia Carvalho, o secretário Duca orientou que ela “engolisse o sapo, já que é parte do governo”, e que ela “ganharia muito mais em relação ao artesanato cabofriense futuramente” se optasse por abafar o caso.
Vânia, nessa quinta-feira (21), prestou queixa na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e fez o registro da ocorrência contra Porfírio de Assis. Ela também foi até o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito.
A Prefeitura soltou uma nota relatando “que vai abrir uma sindicância para apurar a denúncia de suposta agressão entre dois servidores municipais. Eles serão afastados dos cargos até que os fatos sejam apurados. O procurador-geral, Bruno Araújo, acompanha todo o trâmite legal para que medidas definitivas sejam tomadas. O prefeito Dr. Adriano Moreno repudia qualquer tipo de violência, pede apuração rigorosa do ocorrido e lamenta o desentendimento de dois funcionários públicos”.