Especialistas em segurança pública, autoridades e empresários participaram, nesta sexta-feira (24), do Fórum de Segurança Pública da Região dos Lagos. O evento foi realizado no Hotel Paradiso Corporate, em Cabo Frio, e organizado pela Associação Comercial, Industrial e Turística (Acia).
O prefeito de Cabo Frio, Adriano Moreno, agradeceu o trabalho da Polícia Militar na cidade e citou os exemplos do Réveillon e do Carnaval, que, para ele, foram bem sucedidos na área de segurança. Disse que o governo do estado fornece o apoio necessário quando solicitado, e que a Prefeitura está fazendo estudos para melhorar a iluminação da cidade e fazer um sistema de monitoramento por câmeras de segurança.
“Temos o exemplo do Réveillon e do Carnaval que tivemos o reforço no 25º Batalhão que nos ajudou a manter a lei e a ordem na cidade. O governador sempre nos ajuda e é muito importante essa visão de que a gente possa caminhar junto. Estamos fazendo um estudo para substituir as lâmpadas da iluminação pública da nossa cidade por lâmpadas de LED, para melhorar a iluminação. Também estamos fazendo um planejamento para colocar câmeras de monitoramento de 360 graus nas ruas. Medidas estão sendo tomadas. Estamos procurando levar as crianças no contra-turno para praticar esportes, isso tira as crianças da ociosidade. E, além de tudo, estamos trabalhando muito para a geração de mais empregos”, disse o prefeito Adriano.
O governador Wilson Witzel, que chegou a ter a presença confirmada, não compareceu. Em seu lugar estiveram o secretário estadual de Turismo, Otávio Leite, e o assessor especial de segurança do governo do Estado, Roberto Motta, que apresentou a palestra ‘Desafios da Segurança Pública’. Depois dele palestrou o procurador Marcelo Rocha Monteiro, com o tema ‘Mitos e Verdades da Segurança Pública’.
A presidente da Acia, empresária Patrícia Cardinot, listou temas sensíveis relacionados à segurança pública na região que exigem ação imediata das autoridades. Entre eles o combate à violência nas estradas.
“Os turistas e veranistas estão deixando de vir pras nossas cidades devido à dificuldade que eles enfrentam hoje nas estradas, com medo de ter arrastão. A realização desse fórum é para pedir que todas essas autoridades deem atenção para isso”, pediu Cadinot.
Listas com solicitações foram entregues aos representantes do governo do estado no fim do encontro.
“Faremos um relatório ao governador com o conteúdo que aqui se travou. No fundo, todos sabemos das dificuldades do Rio de Janeiro, mas é preciso olhar para frente”, disse o secretário estadual de Turismo, Otávio Leite.
Antes do Fórum, ainda na quinta-feira (23), o governador Wilson Witzel disse, durante encontro com prefeitos da Região dos Lagos em Arraial do Cabo, que descarta a criação de um novo batalhão da Polícia Militar na Região dos Lagos, para diminuir a área de cobertura do 25º BPM, que cobre sete cidades.
“A questão é de recomposição de pessoal da polícia. Criar mais um ou outro batalhão não está no nosso plano estratégico. A estratégia da ampliação do atendimento da polícia não é criar mais batalhões, é sim colocar mais homens na rua. Nós estamos colocando em operação, em breve, o boletim de ocorrência pela Polícia Militar e o termo circunstanciado. Serão 20% (a mais) nas ruas e não na delegacia. Essas mudanças conceituais vão permitir ter mais polícia na rua em patrulhamento e aumento de efetivo – afirmou Witzel”, dizendo que pretende convocar os aprovados no concurso da PM de 2014 e contratar três mil novos policiais até o fim do mandato (dezembro de 2022).
A aposta do governador é que essas medidas sejam capazes de mudar o cenário da violência na Região dos Lagos, que, de acordo com os números, é preocupante. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) mostram que as mortes classificadas como “letalidade violenta”, que engloba homicídios dolosos (com intenção de matar), latrocínios (roubos seguidos de morte), lesões corporais seguidas de mortes e intervenções policiais que resultem em morte, aumentaram nos últimos anos. Na área de atuação do 25º BPM foram 228 ocorrências deste tipo em 2017, e 347 no ano passado. Um crescimento de 52%.