Uma força-tarefa do INEA ajudou a Prefeitura de Cabo Frio a limpar as praias do Peró e Conchas, ambas na área do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) neste domingo (29). Atuaram os mesmos guarda-parques que participaram da operação que resultou, neste sábado (28), no fechamento da Lagoa do Paulista, no Norte Fluminense.
A abertura das duas lagoas de Carapebus, promovida por moradores, levou toneladas de gigogas e taboas para as praias de Arraial do Cabo, Cabo Frio e de Búzios no início da alta temporada de verão.
Com 7,2 quilômetros de extensão, a Praia do Peró é a única do interior fluminense que possui a Bandeira Azul, certificado internacional de qualidade ambiental. Nos últimos dias, os garis da Prefeitura mantiveram limpo o trecho certificado, mas não conseguiram limpar as laterais, sobretudo nas áreas de restinga que ficam entre a faixa da Bandeira Azul e a Praia das Conchas e Pontal do Peró. Já foram retiradas mais de 500 toneladas de vegetação da Praia do Peró.
Segundo o diretor de Biodiversidade e de Áreas Protegidas do INEA (DIBAB), Marcelo Morel, a Praia do Peró receberá a força-tarefa por estar protegida pelo PECS e pela APA do Pau-Brasil, com gestão do INEA. Serão mobilizados não somente os guarda-parques das duas unidades de conservação como também os de outros parques do Estado do Rio, que chegaram para atuar no desastre ambiental provocado pela abertura indevida das lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que tem a gestão do ICMBio.
Na operação de sábado, a barra da Lagoa do Paulista foi fechada com a colocação de 93 ecobags, içadas por pás mecânicas. As duas lagoas (Carapebus e Paulista) foram abertas por moradores da cidade, que estavam com as casas alagadas. O ICMBio autorizou, a pedido da prefeitura, a abertura apenas da Lagoa de Carapebus, que recebe os esgotos da zona urbana. A do Paulista foi aberta por moradores sem autorização do órgão federal. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal.
— A operação foi um sucesso. O problema foi resolvido na origem. Agora voltamos a atenção para a ponta, as praias – disse Morel.
Morador de Quissamã, cidade vizinha a Carapebus, Haroldo Carneiro disse que acompanha a abertura das barras das lagoas há mais de 40 anos e que jamais as gigogas e taboas chegaram à Região dos Lagos. Chegavam sim, em quantidade menor, nas praias de Quissamã e de Macaé:
— As barras não eram abertas há seis anos. Por isso as lagoas estavam cheias de gigogas e taboas. O problema é que as barras foram abertas ao mesmo tempo e caíram numa corrente marítima atípica que acabou levando a vegetação para as praias da Região dos Lagos – disse Haroldo, empresário que fabrica as cachaças Sete Engenhos.