A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, anunciou nesta segunda-feira (25) na 8ª Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM), que a cidade está construindo o primeiro polo de apoio voltado exclusivamente para a terceira idade. O programa Escola Municipal para Idosos Milton Felipe Muniz, nome dado à unidade em homenagem ao pai do secretário de Políticas para a Terceira Idade, Ademilton Muniz, o Tatai, foi lançado no mês de agosto de 2023 e já conta com 84 alunos, idosos, que se reúnem nos polos da Casa da Terceira Idade do Centro e de Itaipuaçu.
A novidade foi anunciada pelo secretário de Educação, Márcio Jardim, na Arena Gilberto Gil, na Flim, pouco antes das apresentações do grupo de dança cigana (com a professora Cris Zaha) e dos corais da secretaria e da nova escola para idosos. O mesmo grupo volta a se apresentar nesta terça-feira, às 11 horas.
De acordo com a gerente de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação, Adriana Ribeiro, a escola é parte de um grande projeto voltado para este público.
“Neste momento estamos adequando a grade curricular para que o foco se concentre, inicialmente, nas disciplinas básicas, como português e matemática. Aos poucos, de acordo com o rendimento, iremos expandir essa quantidade de disciplinas. Em breve teremos mais novidades para eles”, garante Adriana, ao lembrar que são hoje 47 estudantes no polo do Centro e outros 37 em Itaipuaçu.
A diretora da unidade, Camilla Fernandez, disse que o público-alvo são pessoas que estão há mais de 20 anos fora das salas de aula, e que uma das metas será trabalhar a autonomia desses idosos.
“O que a gente mais ouve deles é que tiveram de deixar os estudos por razões familiares ou pelo trabalho, além de não se sentirem confortáveis em turmas de EJA onde tem gente mais nova e até adolescentes. Então estamos com turmas dentro da mesma faixa etária e queremos reinseri-las no ambiente escolar. Uma coisa muito boa é que eles têm um olhar diferenciado sobre os estudos e muita vontade de melhorar”, revela a diretora.
Um deles é a dona de casa Olga da Silva Maia, que aos 78 anos tem a oportunidade de ‘estudar de verdade’, como ela mesma diz, e ela quer ir longe. “Nunca tive liberdade para estudar. Primeiro porque minha não permitiu e, depois, meu marido também não. Quando eu queria estudar não me deram chance, e aprendi a ler por esforço próprio, e ainda assim de forma muito básica. Agora já estou treinando a leitura e melhorando a cada dia. Quem sabe não chegou a uma faculdade de Direito ou Psicologia”, projeta a moradora do Flamengo.