Comunicado foi feito por meio de uma coletiva de imprensa
A flexibilização do comércio de Macaé não vai ocorrer até o dia 5 de junho. O comunicado foi feito pelo prefeito, Dr. Aluízio Junior, durante uma coletiva de imprensa por videoconferência nesta sexta-feira (29), à qual a Prensa não foi chamada para participar. Segundo o chefe do executivo, o motivo de descartar a hipótese de reabertura ocorre porque Macaé possui 66% dos leitos da rede pública de UTI ocupados com doentes de coronavírus. O número de casos subiu para 799 e de óbitos aumentou para 27.
“Não temos condição de flexibilizar nada agora. O plano de flexibilização está pronto, envolve algumas atividades, não é o plano que foi disponibilizado nas redes sociais e será discutido na quarta-feira com o Ministério Público. Mas não podemos ignorar esta mudança de quadro, é um caso de extremo cuidado e extrema atenção”, destacou o prefeito.
Dr. Aluizio lembrou que existe uma dinamicidade na pandemia do coronavírus, que levou a internação de quinta-feira (28 de maio) para esta sexta-feira (29 de maio) de 17 pacientes. “Isso é uma coisa exorbitante e mostra que vai piorar a situação hospitalar, por isso não temos condição de flexibilizar qualquer atividade agora. Seria um paradoxo, um equívoco. Sabemos da necessidade da população, mas sabemos por vivência a dor de não ter um leito decente para oferecer em caso de necessidade”, observou, frisando que nesta semana se reuniu com as instituições do comércio, além do Ministério Público.
Macaé possui 44 leitos em UTI no Hospital Público Municipal e acordou com o Hospital São João Batista mais seis leitos. Trinta estão ocupados. “Temos um acréscimo de 10% de casos a cada dia, amanhã é provável que tenhamos 880, domingo 960, até segunda serão mil casos. Os casos cresceram, aumentamos de 20 para 44 o número de leitos para o Covid no HPM, assumimos seis leitos estratégicos de reserva no São João Batista e já falamos que quando chegasse a 60% de leitos ocupados, não tomaríamos nenhuma decisão (de flexibilização). Chegamos na situação mais crítica do coronavírus”, avaliou.
A abertura de mais ramos de comércio está atrelada, segundo o prefeito, à redução do número de leitos ocupados, de internação e casos confirmados. Ele voltou a reforçar a importância das pessoas buscarem assistência médica se tiverem sintomas.
“É fundamental que as pessoas cheguem até o quinto dia, porque depois do quinto dia as pessoas ficam graves e idosos são a maioria. Estamos vendo que as pessoas ficam em casa ate não suportar mais a falta de ar, mas precisamos orientar que elas não devem ficar vivenciando esta doença por mais de cinco dias em casa”, alertou.
Tempo de permanência na UTI é de 20 a 30 dias
O período em que o doente de coronavírus fica no UTI, de acordo com o prefeito, é longo, entre 20 e 30 dias. A taxa de ocupação no UTI, a taxa de permanência e a quantidade de pessoas que está dentro do hospital foram apontadas como números que não permitem Macaé abrir mais nada.
“O número de leitos vazios tem reduzido, o número de pessoas que vão ao hospital tem aumentado, a taxa de permanência no hospital é prolongada, principalmente na UTI. A doença não passou, a doença não acabou, não fique sem máscara, não fique sem lavar as mãos”, orientou.
O prefeito agradeceu a Associação Comercial e a CDL, além do Ministério Público. “Não é uma decisão (a não flexibilização) do prefeito, estou discutindo com as pessoas que têm responsabilidade e competência com esta discussão. Eu não vou colocar ninguém em risco de vida por conta de uma necessidade que não é fundamental. Apesar da preocupação com a economia, não morrer é fundamental”, ressaltou. Devido à curva da doença, a perspectiva é que 12 mil pessoas contraiam o vírus no município e os decretos visam, segundo o governo, tentar minimizar a contaminação.
Dr. Aluizio assinalou que Macaé está fazendo centenas de testes e vai permanecer neste trabalho. Outro decreto será assinado pelo prefeito nesta sexta-feira (29 de maio) com os mesmos estabelecimentos já permitidos a ficarem abertos do último decreto.