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Fiat Lux! E a luz pode ser feita sem precisar que vejamos os fios

Octavio Raja Gabaglia - Foto Matheus Coutinho- Grupo Prensa de Babel

Um projeto de iluminação subterrânea pronto e disponível para o município de Búzios

Projeto feito realizado em 2006 para o munícipio de Armação dos Búzios – A apresentação é de Ana Moraes Projetos –

 Em uma das vezes que fui secretário de Desenvolvimento Urbano no município de Búzios, em 2006, contratei, com recursos próprios, uma apresentação, que foi realizada pela Ana Moraes, de um projeto desenvolvido pelo Escritório Técnico Raja Gabaglia, e que foi doado ao município. Um projeto de iluminação pública separado em quatro zonas, a que chamamos de projeção 1, 2, 3 e 4.  Prevendo em diferentes áreas da cidade, em processo gradual, a instalação de rede elétrica pública subterrânea, pontos de iluminação adequados a cada necessidade urbana, postes e outros suportes seguindo padrão estilístico da cidade. Há ainda uma proposta de requalificação do Píer do Centro que, além da preocupação com a funcionalidade, o tornava também uma atração.

Claro que é um projeto de quase duas décadas pode carecer hoje de ajustes e complementos. Mas o fato é que a discussão sobre a mudança gradual da fiação aérea pela subterrânea em Búzios, como se pode ver, não começou hoje. Mas também vemos que em nada avançamos.

 A desculpa nestes morosos anos de inércia em relação ao tema é de que essa mudança é cara. Sim, a implantação da rede subterrânea custa 8 vezes mais que a aérea, é verdade. Mas, em contrapartida, tem inúmeras vantagens.  Por ser uma rede submersa, a manutenção preventiva e corretiva é rara, já que os fatores positivos principais dela é que pôr a fiação ser encoberta, seu contato com fatores naturais é menor, gerando assim menos risco de falhas e quedas na energia. Especialistas apontam que, no Brasil, ficamos de 10 a 12 horas, até 16 horas, sem energia durante o ano. Na Alemanha, que tem 80% de sua rede subterrânea, esse tempo é de 23 minutos por ano. Imagine o impacto disso em uma escola ou em um hotel! Há questões de produtividade, de crescimento e de segurança envolvida. Os prejuízos econômicos acarretados pela falta de luz podem e devem nortear a troca do modelo, e o embelezamento da cidade, em especial, se tratando de Búzios, torna-se um plus necessário.  

O projeto, à época, custaria cerca de R$ 50 milhões. É muito? Quanto gastamos ao longo dos anos com reparos, consertos, mudanças?  E ainda mais importante: perdemos todos os dias, como destino turístico gerador de trabalho e renda, por não termos desde então nos tornado uma cidade diferenciada, uma referência.

O projeto continua disponível para livre utilização do município e o Escritório à disposição para realização de adaptações e elementos naturais ao espaço de tempo desde sua concepção até a atualidade.

Um resumo da instalação – O procedimento para instalação da rede subterrânea consiste na instalação de dutos enterrados em valas. A mudança garante diversos benefícios, entre eles a redução da poluição visual. O sistema subterrâneo é muito mais duradouro e acaba, em longo prazo, sendo economicamente mais viável. As redes elétricas subterrâneas são compostas de alimentadores de média tensão, chaves de manobra e transformadores, que podem ser instalados de forma subterrânea ou acima do nível do solo, dependendo da característica da instalação

Cidades com fiação subterrânea pelo Brasil

·         Avenida Paulista, São Paulo, SP.

·         Rua do Passeio, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

·         Rua da Praia, Porto Alegre, RS.

·         Centro Histórico, Paraty, RJ.

·         Centro Histórico, Curitiba, PR.

·         Bloco R, SQS 407, Asa Sul, Brasília, DF.

·         Terreiro de Jesus, Salvador, BA.

Octavio Raja Gabaglia é arquiteto e urbanista. Considerado o principal idealizador do gênero arquitetônico conhecido como "Estilo Búzios" e autor da lei que limita a escala das construções em Búzios. 

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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