Entre os dias 4 e 7 de setembro, Cabo Frio deixa de ser apenas destino de praia para se tornar ponto de encontro da dança. O XIX Festival Internacional de Dança de Cabo Frio ocupa a Universidade Estácio de Sá com uma programação que atravessa o balé clássico, o contemporâneo, as danças urbanas e populares. Mais de 1.100 bailarinos devem se apresentar, vindos de diferentes estados e países da América Latina.
Criado em 2005 pela bailarina e empresária Márcia Cristina da Costa Sampaio, fundadora do tradicional Ballet Márcia Sampaio, o festival se consolidou como o maior do gênero no Estado do Rio e o terceiro maior do Brasil. Em quase duas décadas, já reuniu mais de 18 mil participantes de países como Chile, Peru, Argentina e Venezuela.
“Mais do que competição, o festival é espaço de encontro e oportunidades. A cada edição, reafirmamos o poder da arte em transformar vidas”, diz Márcia.
Economia que dança junto
O impacto vai além do palco. Em 2023, a taxa de ocupação hoteleira durante o evento chegou a 90,3%. No ano seguinte, mesmo em setembro — baixa temporada —, alcançou 78,9%. Restaurantes, comércios e serviços da cidade sentem o reflexo direto. “Esperamos mais de 1.200 pessoas por dia na plateia este ano”, afirma a organizadora.
Programação e destaques
A abertura, em 4 de setembro, será com “Turbulência”, coreografia de Rafael Gomes, inspirada no som dos atabaques, em homenagem aos deuses da natureza e aos guetos quilombolas de Cabo Frio. O espetáculo terá os bailarinos Glayson Mendes e Beatriz Póvoas em cena.
No dia 5, um fragmento de “O Corsário”, clássico do repertório mundial, será apresentado por solistas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre eles Mateus Imperial, Manuela Rocado e Alyson Trindade.
Além da competição, o evento oferece workshops e masterclasses. Por lá já passaram nomes como Ana Botafogo, Carlinhos de Jesus e companhias de renome nacional e internacional.
Inclusão e formação
Um dos pilares do festival é o Projeto Escola, que abre sessões exclusivas para estudantes da rede pública, jovens atendidos pelos CRAS e projetos sociais. O objetivo é democratizar o acesso e criar novas plateias.
Um exemplo é o bailarino Glayson Mendes, revelado no próprio festival e hoje integrante do corpo de baile do Theatro Municipal do Rio.
Literatura e memória
Entre os convidados de destaque, a bailarina Cecília Kerche lança o livro “Lago”, dedicado aos bastidores e à magia de O Lago dos Cisnes, papel em que é aclamada mundialmente. O lançamento será em 6 de setembro, às 16h, com tarde de autógrafos na Sala de Leitura da universidade.
Um projeto que cresce com a cidade
O festival distribui troféus, medalhas e prêmios em dinheiro, mas seu alcance vai além da competição. “Cabo Frio se afirma como referência nacional e internacional da dança. Essa conquista é fruto da paixão de todos os envolvidos e da força da cultura como motor da cidade”, resume Márcia.
Serviço
📍 XIX Festival Internacional de Dança de Cabo Frio
📅 4 a 7 de setembro de 2025, a partir das 15h
📌 Universidade Estácio de Sá – Cabo Frio/RJ
🎟 Entrada solidária: 1kg de alimento para o GAI – Grupo de Apoio ao Idoso de Cabo Fr