Longas filas de veículos nas barreiras sanitárias marcaram o feriado em Búzios. Quem optou pela cidade precisou de muita paciência para conseguir entrar no município. Em operação especial, a Guarda Municipal exigiu nas barreiras a apresentação do QR Code com confirmação de reserva em hotéis e comércio da cidade.
Entre os dias 4 a 7 de setembro, foram emitidos 6.189 códigos que permitiram a entrada de 18.085 pessoas. Somente na sexta-feira, dia de maior movimento de chegada, foram conferidos 3.396 dispositivos nas barreiras sanitárias, permitindo a entrada de 9.940 turistas. Cerca de mil veículos tiveram que retornar por não apresentar o código exigido.
Satisfeitos com o movimento, comerciantes consideram que o feriado foi positivo para todos. Após quase seis meses de lojas fechadas, a maioria já se anima para o verão, acreditando na recuperação do tempo perdido. A Rua das Pedras e todo o Centro da cidade registrou grande movimento.
“Foi muito bom esse feriado. O público se comportou em relação aos protocolos e não teve tumulto ou descontrole. O Centro estava cheio, mas a grande maioria usava máscaras e a prefeitura trabalhou bem orientando as pessoas. A ocupação de bares e restaurantes foi restrita, adotamos medidas de controle, é difícil, duas pessoas numa mesa já é aglomeração, mas foi tudo bem. Foi maravilhoso para o comércio e um belo laboratório para vermos que é possível o retorno com regras”, revela o empresário Jean Mancini.
O comerciante destaca que após este “laboratório”, a cidade terá a resposta em cerca de 15 dias, em relação ao número de casos de contaminação pelo coronavírus. E aí será o momento para novas avaliações e ajustes na maneira de se conduzir o trabalho de cada setor.
Os hotéis e pousadas registraram um movimento similar ao da alta temporada. Com autorização para ocupar 70% de sua capacidade, a maioria dos meios de hospedagem lotou, sobrando pouca disponibilidade para os hóspedes de última hora. Muitos turistas optaram por permanecer nas dependências dos hotéis, aproveitando os momentos de lazer na piscina e áreas comuns, evitando as praias. Alguns estabelecimentos em João Fernandes reclamaram a falta d’água e a oscilação de energia elétrica, em todos os dias de feriado, lembrando os problemas recorrentes da temporada de verão.
Praias lotadas
Com a maioria das praias lotadas, a prefeitura de Búzios teve que se desdobrar para garantir a segurança sanitária dos banhistas. Mesmo com a proibição em se permanecer parado na areia com cadeiras ou barracas, muita gente quebrou a regra e ocupou a faixa de areia. Em Geribá chamou a atenção o grande número de salva vidas que agiam em conjunto com a equipe de posturas, orientando o público, impedindo aglomerações e exigindo o uso de máscaras. A praia permaneceu cheia, porém nenhuma aglomeração ou tumulto foi registrado.
Praias como João Fernandes, Tartaruga, Manguinhos e Ferradura registraram intenso movimento, e muita gente descumpriu as regras de distanciamento e uso de máscaras, mesmo com a presença de fiscais do município, que tentavam a toda hora manter a ordem e fazer cumprir os protocolos de segurança sanitária.
Para a turista Fabíola Sal, moradora do Rio e frequentadora de Búzios, a sensação era de que a cidade não tinha pandemia.
“Me hospedei na Turíbio. Usei máscara o tempo todo, mas muita gente não obedecia esta regra. A prefeitura exigia o uso da máscara, mas devido ao grande e assustador fluxo de pessoas, acho que não conseguiram controlar o pessoal direito e muitos circulavam à vontade. Todas as lojas exigiam a entrada com máscaras, os funcionários as usavam também e disponibilizavam álcool em gel na entrada, achei bacana. Era proibido juntar mesas em alguns bares e restaurantes para grupos com mais de 4 pessoas, mas alguns locais não respeitaram isso. Fui à praia em João Fernandes e tinha a proibição de ficar no trecho da areia. Só podíamos mergulhar, mas os quiosques estavam com super lotação nas mesas. Senti como se a cidade não tivesse pandemia. Só lembrava do vírus porque eu usava máscara e via algumas pessoas circulando com máscaras também”, disse.
O grande movimento na cidade também foi percebido na coleta de lixo domiciliar, mostrando que o setor de aluguéis de casas também aqueceu neste período. De acordo com a secretaria de Serviços Públicos, houve um aumento de cerca de 50% no volume de lixo coletado e alguns bairros como Geribá e Manguinhos exigiram o retorno dos caminhões no final da tarde.
