João Direnna
Enquanto o TSE e o STF não se manifestam, de verdade, o presidente interino (como já vêm chamando os milhões de brasileiros e brasileiras que continuam desempregados, pagando os impostos mais caros do planeta, com serviços públicos de baixa qualidade e sem perspectivas de mudança para melhor), Michel Temer, continua torrando dinheiro em publicidade – aliás, ridícula e mentirosa, com idosos, pagos com caridosos e preciosos cachês, afirmando que se algo não for feito eles e suas famílias ficarão à míngua – para convencer o povo de que somente a Reforma da Previdência pode ‘garantir o pagamento dos benefícios dos aposentados’.
Desesperado e bem próximo à sepultura que ele mesmo ajudou a cavar, falando o que não devia, para quem não devia e, agora, com grampos tornados públicos para todo mundo, o nada impoluto, quase ex, também tenta fazê-lo, diuturnamente (de preferência mais na calada da noite e no Jaburu), em entrevistas, pronunciamentos e, principalmente, através de encontros festivos – almoços e jantares regados à sangue, suor e promessas – com os ‘bravos e valorosos’ corruptos do Congresso Nacional, ávidos por um extra no fim do mês, obrigados a ir, mais uma vez, de encontro àquilo que quer a maioria da população, isto é, que legislem com honestidade, não aceitem vantagens que representem novas desvantagens para ela e investiguem, com profundidade, o que se diz por aí sobre a verdadeira causa do ‘rombo na Previdência.
Por exemplo, se procede se a lista com os maiores devedores do INSS, cujo montante ultrapassa os R$ 426 bilhões, o triplo do déficit anual calculado pelo governo; se entre as devedoras estão as maiores empresas do país, como Bradesco, Caixa, Marfrig, JBS e Vale; por que as contribuições não pagas ou questionadas na Justiça não estão sendo levadas em conta na Reforma (essa é mais fácil de responder) e se o que dizem que a ex-presidente do BNDES, Maria Sílvia Bastos, diz também é fato, ou seja, que os 15 maiores devedores do banco são a Rede Globo, a JBS Friboi, Odebrecht, Igreja Universal, governo da Venezuela, Rede Record, governos de Angola, de Cuba, Uruguai, Petrobras, Oi Telecomunicações, MCJ Pavimentações. Banco Bolívia Popular, governo República Popular da China (assim é mole engordar um tigre) e Indústria Petroquímica do Irã?
Por que o CARF, órgão que julga recursos sobre cobranças de impostos, decidiu que o Itaú não terá que pagar multa relativa ao não pagamento de Imposto de Renda e Contribuição Social no processo de fusão com o Unibanco, que chega aos R$ 25 bilhões? Finalmente (se é que num país de muitas desonestidades haja fim), o quanto o problema da inadimplência e do não repasse das contribuições previdenciárias ajudam a aumentar o ‘rombo’, também conhecido como arrombo ou artigo 157, pois vem trazendo a morte da esperança de milhões de pessoas que um dia acreditaram que teriam um Brasil mais justo?