Entrevista rápida sobre turismo com o jornalista Arthur Veríssimo
Por Victor Viana
Ao final da entrevista oficial – publicada em O Perú Molhado – vem à hora da troca de ideias, ao menos acontece quando o entrevistado é interessante como o Veríssimo, e no papear animado, junto ao meu editor eterno, o saudoso Marcelo Lartigue, isso foi em 2014, perguntamos o que nosso amigo gonzo achava do turismo. Arthur, que afirmou também curtir os pontos tradicionais do turista comum, como Arpoador, Torre Eiffe, Cristo Redentor…e não só os locais de pura aventura que costuma visitar – na maioria das vezes a trabalho, disse o que pensa de Búzios:
“Búzios tem um magnetismo natural, mas está ficando cada vez mais difícil vir pra cá. E olha que eu tenho uma filha aqui. Um voo por semana é pouco, nós paulistas, temos outro tempo que é diferente do carioca. O paulista quer chegar e já por a sunga e ir correndo para a praia, e pode ser que ele volte para Sampa no outro dia. Ele quer chegar e já se inserir na natureza, vocês cariocas já estão inseridos com a natureza, é uma relação diferente”
Mas Arthur levanta uma questão muito importante que impressiona por apontar uma saída criativa a que chamou de “turismo de pegada”.
“Eu vejo as agências de viagens e as secretarias de turismo com muito blablá, sempre agregam o elemento Rede Globo, que é legal, eles dominam a cena brasileira, mas não é trazendo galã de novela que se vai vender uma imagem forte de Búzios. É trazendo para cá representantes; criar uma espécie de embaixadores de Búzios pelo mundo, uns cinco personagens que se tornem representantes da cidade. Pessoas de talentos diversos”, opinou elevando nossa curiosidade.
Perguntado sobre como seria o perfil desses “representantes”, Arthur explica que se podem mesclar personagens locais e personas de fora.
“Daqui há o Bimba (campeão mundial de vela), por exemplo. Mas há outros como o próprio Marcelo Lartigue (ele ainda não havia falecido), é ícone. Mas pessoas de fora; um esportista, um grande artista, eu mesmo acho que me enquadro nisso. É muito leviano não usar os talentos para representar a cidade. Imagina eu estando lá no Tibete e depois eu dizer que depois que terminar a expedição irei descansar em Búzios: Isso vai repercutir. São figuras que curtem Búzios. O Armando Ehrenfreund, grande amigo, já tentou fazer isso, a Patrícia, que é dona da Blue Marlin, já tentou fazer também. Uma figura bacana seria a Karina Oliani, uma mulher e subiu o Everest, isso tem uma peso se ela diz que vai descansar em Búzios. Uma declaração destas tem mais força que uma propaganda de um ano na Rede Globo. Isso vale um milhão de dólares, mas os caras não pensam com frescor”, finalizou alfinetando.