Oito pessoas estão sendo denunciadas pelo Ministério Público (MPRJ) por organização criminosa que atuava junto à administração municipal de Casimiro de Abreu. Entre os denunciados está o ex-prefeito Antônio Marcos de Lemos Machado.
De acordo com o MP, além do ex-prefeito, que ocupou o cargo entre os anos de 2009 e 2016, são acusados Alessandro Macabu, ex-presidente da Câmara Municipal de Casimiro de Abreu entre 2013 e 2016, o blogueiro Rodrigo Barros, Patricia Bentes de Barros, servidora da Câmara Municipal, Ivanei Figueira da Silva, João Gilberto Assunção Alfradique, ex-chefe de gabinete de Antonio Marcos, Luciano Nogueira, também ex-presidente da Câmara Municipal de Casimiro de Abreu entre os anos de 2010 e 2012, e Ronaldo Adriano Veloso.
Na denúncia apresentada à Vara Única da Comarca de Casimiro de Abreu, os integrantes da Organização Criminosa são acusados de vários delitos, em especial os crimes de extorsão qualificada, falsificação de documento público, peculato e obstrução à justiça, tipificados respectivamente nos artigos 158, §1º, 297 e 312 do Código Penal, e no artigo 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013, com o objetivo de obter vantagem financeira ilícita.
O ex-prefeito Antônio Marcos de Lemos Machado é suspeito de exercer a liderança da organização criminosa, na medida em que comandava e distribuía indevidas vantagens aos demais integrantes, com o objetivo final de perpetuar seu grupo político no poder. O político se utilizava, entre outros, dos serviços de Rodrigo Barros, que era responsável por investigar a vida pregressa de políticos do município. Quando em posse de fatos ilícitos ou desabonadores de suas condutas, o blogueiro os extorquia, ora exigindo o recebimento de indevida vantagem econômica para si ou para outras pessoas, ora exigindo que os parlamentares adequassem sua postura aos interesses políticos do ex-prefeito, sob a ameaça de divulgar os fatos descobertos em seu blog “Os Bastidores”.
Além dele, Alessandro Macabu, ex-presidente da Câmara Municipal de Casimiro de Abreu por dois biênios, 2013/2014 e 2015/2016, e aliado político do ex-prefeito nas eleições de 2012, funcionava, de acordo com a denúncia, como articulador da organização junto ao Poder Legislativo.
O MPRJ requereu a suspensão cautelar do exercício de qualquer função pública exercida por Patricia Barros, Luciano Nogueira e João Gilberto Aldfradique, bem como o proibição de frequentar qualquer órgão público da Prefeitura de Casimiro de Abreu ou da Câmara Municipal. Na mesma ação, foi requerido o sequestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio de valores de todos os denunciados.