Conhecer a profundidade da Lagoa de Araruama e apontar locais assoreados. Este é objetivo do levantamento batimétrico realizado pelo doutor em Geologia, Fabio Ferreira Dias, professor da UFF, como parte do estudo de hidrodinâmica da laguna, contratado pela Prolagos, desenvolvido pela UFF e Coppe/UFRJ.
Os dados apontados pela batimetria também servirão como base para a dragagem, que deverá ser feita pelo Inea nos próximos meses com recursos do Governo do Estado.
A atividade complementou o levantamento feito em março. Utilizando uma sonda e GPS, o pesquisador saiu do Canal Palmer, em Cabo Frio, e percorreu a Praia do Siqueira, Sal Cine, Perynas, Campo Redondo, Mossoró, Poço Fundo, Boqueirão até a Baleia, em São Pedro da Aldeia. “Com o conhecimento da distribuição de profundidade é possível fazer a simulação da circulação da água. Sem esse modelo tridimensional do fundo lagunar fica difícil de entender as correntes que passam por aqui”, comentou Fabio, acrescentando que as informações serão encaminhadas aos pesquisadores da Coppe/UFRJ, responsáveis pela reprodução digital.
Para garantir a qualidade dos dados coletados, os pesquisadores instalaram um ponto de precisão topográfica na marina do Canal Palmer. Durante todo o período do levantamento batimétrico, o GPS posicionado neste local fez o rastreio simultâneo ao aparelho disponível no barco, coletando informações como latitude, longitude e altitude. “Quando as variáveis forem inseridas e processadas no programa, será possível comparar os dados e assegurar a sua exatidão”, explicou o engenheiro Cartográfico, Paulo Roberto Alves dos Santos, professor do Departamento de Análise Geoambiental da UFF.
Este ponto poderá servir de base para todos os levantamentos da Lagoa de Araruama, a exemplo de outro já disponível na região, instalado em propriedade da Marinha do Brasil, em Arraial do Cabo. O estudo prevê a reprodução digital da Lagoa de Araruama e tem como objetivo promover simulações computacionais de possíveis intervenções como dragagem e abertura de canal para identificar quais ações irão proporcionar a melhoria ambiental do ecossistema. O relatório final será compartilhado com representantes dos governos Federal, Estadual e Municipal e Consórcio Intermunicipal Lagos São João para que tenham subsídios técnicos para definirem suas ações em prol da laguna.