Ato começou em frente à unidade escolar e depois seguiu em caminhada até a Praça Santos Dumont
A tarde desta quinta-feira (14) foi marcada por mais um capítulo da luta da comunidade escolar em defesa do ensino médio municipal em Búzios. Estudantes e integrantes do Sepe Lagos realizaram um ato em frente ao Colégio Municipal Paulo Freire no momento que acontecia uma reunião entre a direção da unidade e representantes do governo municipal. Os protestantes tentaram participar da reunião, mas tiveram a entrada impedida na portaria. No início da noite os manifestantes seguiram em caminhada até a Praça Santos Dumont.
Os manifestantes pediram ao governo uma audiência pública para tratar do tema, assim, toda a comunidade participaria. Também foi sugerido ao governo que convidasse o Ministério Público Estadual (MPRJ). Na ocasião, o município sinalizou que faria a audiência, mas não deu previsão de data.
Os defensores do ensino médio municipal também pediram que o governo faça uma proposta de abrir vagas de creche e educação infantil e um calendário de construção de escolas. Eles disseram que já tinham este calendário. Tanto os professores quanto os alunos veem a dificuldade do Estado de manter as vagas e os alunos, então acreditam que não é o momento de acontecer essa mudança, porque pode ocorrer uma evasão maior de alunos, e além disso, temem que ao longo do tempo o Estado não consiga suprir as necessidades da escola e ela feche. Lembrando que o MP apenas orienta, e, caso ache necessário, entraria com uma ação judicial, mas o governo sinalizou que não está interessado em fechar escola municipal.
O ato foi agendado após rumores de que essa reunião seria para decidir o futuro do colégio. A unidade, desde quando foi inaugurada em 2004, tem administração do município. Em 2016, o governo tentou estadualizar o colégio alegando alto custo para o município. Mas uma ordem judicial manteve o funcionamento da escola sob a responsabilidade municipal. Em março deste ano houve um pedido do atual governo para retomada do processo de estadualização do ensino médio, que de fato é quem tem a responsabilidade pelo ensino médio.
A reportagem pediu uma nota à Prefeitura sobre a manifestação, mas o município informou que a nota oficial era o vídeo publicado pelo prefeito Alexandre Martins na quinta-feira (14). O chefe do executivo havia assegurado que não há probabilidade de fechamento da escola, mas confirmou que a intenção em estadualizar a unidade. Explicou inclusive que haverá um período de três anos de transição e que o trabalho está sendo feito em conjunto com o Estado.
“Estamos fazendo um trabalho em conjunto de transição, queremos fazer um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que nunca acabe com a formação de professores e alguns outros requisitos que estamos exigindo do governo do estado. Nós teremos três anos de transição sob nosso domínio. A possibilidade do Paulo Freire fechar é zero”, esclareceu Alexandre. Veja o vídeo na íntegra clicando aqui.