Censo Demográfico do IBGE exclui questões de identidade de gênero, ocultando pessoas Trans e não binárias dos recortes sociais
No ano de 2021, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) se prepara para a aplicação do novo Censo Demográfico. O questionário funciona como um mecanismo de conhecimento das condições de vida da população em todos os municípios do País, abordando diferentes recortes sociais.
O Instituto aplica o censo a cada dez anos. A edição deste ano é referente ao a 2020, uma vez que a pesquisa da nova década ainda não pode ser realizada por conta da pandemia do Covid-19.
Apesar de ser uma forma de colher dados sobre as diferentes esferas da sociedade, uma parte dela não se sente representada, principalmente pelas questões de gênero apresentadas no questionário: pessoas Trans e não binárias.
O censo de 2010 apresenta dados da quantidade de homens e mulheres em cada recorte das perguntas, mas não considera questões de cisgeneridade (pessoas que se identificam com o gênero que nasceram), trasgeneridade (indivíduos que não se identificam com o gênero que nasceram) e pessoas não binárias (que não se identificam com nenhum gênero binário, masculino ou feminino).
Janeiro é considerado o mês da visibilidade Trans, período que é marcado por ações de apoio à causa destes indivíduos que são considerados os mais invisibilizados da sigla LGBTQ, enfrentando diariamente o preconceito, falta de oportunidade e em muitos casos, risco de morte.
Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no ano de 2020, aumentou em 48% os casos de assassinatos de pessoas Trans, no período entre janeiro e abril.
A Prensa questionou o IBGE sobre as diretrizes para o questionário deste ano, mas ainda não obteve resposta.
A Prensa de Babel reforça a importância de acolher e dar voz à pessoas de todos os gêneros e repudia toda forma de preconceito e descriminação.