A direção da Escola Municipal José Bento Ribeiro Dantas, em Búzios, divulgou uma carta aberta à comunidade escolar para se posicionar publicamente sobre o afastamento do professor Lucas Cavalcanti dos Santos, investigado por suposto assédio sexual.
No comunicado, a escola afirma que foi oficialmente informada sobre o afastamento no final do mês de junho, e que a medida decorre de uma investigação ainda em curso. A instituição destaca que recebeu orientações da Secretaria de Educação para tratar o caso com sigilo, devido à sensibilidade do tema, que envolve a proteção de direitos fundamentais e o princípio da presunção de inocência.
“Como equipe diretiva, em respeito às determinações legais e institucionais, estivemos impossibilitados de prestar quaisquer informações à comunidade anteriormente”, diz trecho da nota.
A escola também aproveitou a carta para esclarecer procedimentos internos, em especial sobre o acompanhamento dos estudantes aos banheiros, um dos pontos de preocupação que surgiu com a denúncia. A direção explicou que, na rotina escolar, os professores não acompanham os alunos aos banheiros.
“Na Educação Infantil, essa função é realizada, exclusivamente, pelas inspetoras de alunos, designadas para atuarem junto às turmas. Já nas demais etapas de ensino, os estudantes usam o banheiro com autonomia, mas também há inspetores posicionados na entrada dos banheiros”, esclarece o texto.
O documento reitera ainda o compromisso da escola com um ambiente seguro, acolhedor, inclusivo e respeitoso, e afirma que a comunidade escolar pode confiar na seriedade e responsabilidade com que a unidade educacional conduz suas ações.
Com 73 anos de história, a Escola José Bento é uma das mais tradicionais do município e encerrou o primeiro semestre letivo com o envio da carta à comunidade. As atividades retornam no dia 28 de julho, após o recesso escolar.
Sobre o caso
Uma denúncia apresentada ao Conselho Tutelar deu início a uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Civil. No dia 2 de julho, a Delegacia de Búzios cumpriu mandado de prisão temporária, depois que a polícia concluiu diligências, incluindo coleta de depoimentos iniciais. O caso também está sendo apurado pela Secretaria Municipal de Educação. O advogado de defesa Carlos Vinícius Porto afirmou que o caso ainda está em fase de apuração, e garantiu que “a inocência do professor será provada”. A investigação segue e sob sigilo.