Quem escreve não é um idoso apenas um jovem apaixonado e ferido como todos os jovens especialmente da minha idade que vieram do pós guerra, do pós blackout causado pelo medo dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Imagine ser fruto de uma noite de amor durante um blackout (para quem não sabe, blackout era a ordem dada pelo governo para que todos apagassem as luzes de suas casas pois havia o perigo de que aviões bombardeios alemães despejassem bombas nas cidades brasileiras durante a segunda grande guerra mundial).
O medo, as sirenes ordenando a escuridão, a adrenalina que na época ninguém sabia do que se tratava.
Paralelo a esta origem fantástica onde meus pais eram jovens, muito mais jovens do que eu quando tive meu primeiro filho.Paralelo a estas noites de fantasia, medo e emoção, a hipocrisia que reinava na época e que perdura até os dias de hoje.
Paralelo a esta origem fantástica onde meus pais eram jovens, muito mais jovens do que eu quando tive meu primeiro filho.Paralelo a estas noites de fantasia, medo e emoção, a hipocrisia que reinava na época e que perdura até os dias de hoje.
Entretanto naquele tempo a terrível hipocrisia invadia nossos lares, todos eram hipócritas, não haviam movimentos gays, não haviam os ficar dos jovens, não haviam os desquites, divórcios, ninguém assumia nada.
Hoje a hipocrisia se limita a poucos segmentos da vida atual. Não se imagina nos dias de hoje uma jovem usando da hipocrisia para se encontrar com um namorado, ou então um jovem ter de casar para sair de casa, mesmo que não amasse seu futuro par. Um casal de gays escondendo-se dentro de uma capa de ¨colegas de trabalho fazendo trabalho especial na empresa.
Naquele tempo existiam os gays, as traições mas tudo sob uma capa maldita de falso moralismo.
E eu sou fruto desta época, nasci durante a segunda grande guerra. Haviam os terríveis mandamentos caseiros que regulavam a vida dos jovens, tipo, banho depois do almoço dá congestão, manga com leite dá congestão, punheta causa tuberculose, segurar insetos causa cegueira, beijo dá sapinho.
E eu sou fruto desta época, nasci durante a segunda grande guerra. Haviam os terríveis mandamentos caseiros que regulavam a vida dos jovens, tipo, banho depois do almoço dá congestão, manga com leite dá congestão, punheta causa tuberculose, segurar insetos causa cegueira, beijo dá sapinho.
Diziam que Deus só ajuda quem cedo madruga, daí os músicos, garçons, enfim todos os que trabalhavam a noite e acordavam tarde, não eram ajudados por Deus.
Conflitos, stress, neuras, tudo isso era curado com musicas de dor de corno, como as cantadas, compostas e tocadas por Nelson Gonçalves, Adelino Alves, Silvio Caldas, Djalma Ferreira, Waldir Calmon, Niltinho, Ângela Maria, e toda a bossa nova que veio depois junto com Roberto Carlos, Erasmo, e outros muitos outros.
No meio disso tudo eu cresci e me tornei um adulto, e por isso digo, aqueles que vêem em mim um defeito uma falha na criação, QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA