Ofertas sedutoras de lucros altos estão gerando prejuízos para investidores
Empresas de investimentos da Região dos Lagos estão na mira da polícia pelo crescimento do mercado de criptomoedas ou moedas virtuais. O assunto foi pauta do Fantástico, da Rede Globo, no domingo (15). As investigações apontam ofertas sedutoras de lucros altos e rápidos que estão gerando prejuízos para investidores. Cerca de dez empresas estão sendo investigadas na região.
Segundo a reportagem, uma delas é a soluções financeiras X6, de Ricardo Oliveira, conhecido como Rick. Ele prometia aos investidores rendimento de 15% ao mês com garantia de aplicação do dinheiro na Bolsa de Valores e em bitcoins. A empresa funcionava na casa dele em Niterói, onde ele foi preso por porte ilegal de arma na semana passada. A polícia também bloqueou os bens e apreendeu o carro dele.
Durante as investigações foi descoberto que o dinheiro dos investidores não era aplicado em bolsa de valores e nem em criptomoedas. “Nós ouvimos e identificamos pessoas que aportaram no total reunidos mais de R $8 milhões e poucas delas conseguiram recuperar pelo menos 50% do valor aportado”, disse o delegado, Maurício Mendonça, à reportagem.
A matéria explica que o que chamou a atenção da polícia para investigar o mercado de investimentos na Região dos Lagos é o fato da maior parte das vítimas de Rick ter dinheiro em outras empresas com sede em Cabo Frio. Com isso o município recebeu um apelido de o “Novo Egito”, por virar um centro de investidoras em pirâmides invertidas.
A reportagem destaca ainda que em meio as denúncias de golpes, a polícia investiga assassinatos e atentados. No início de agosto, o investidor e influenciador digital Wesley Pessano Santarém, de 19 anos, foi assassinado em um carro de luxo, em São Pedro da Aldeia. Ele estava a caminho de uma barbearia junto com um funcionário quando foi alvo de atiradores. O funcionário conseguiu escapar. Três pessoas foram presas e a polícia busca o mandante do crime.
De acordo com a reportagem, outras duas tentativas de homicídios que teriam ligação com criptomoedas também estão sendo investigadas pela polícia. Uma delas ocorreu em março, quando um proprietário de uma empresa de investimento foi alvejado dentro de um carro de luxo e ficou paraplégico. A outra tentativa a um dos donos da empresa Black Warrior Consultoria (BW), em junho, mas, como o carro era blindado, ele não se feriu.
Essa BW fechou as portas e deixou muitos clientes no prejuízo. A empresa prometia lucro de 30% por mês sobre investimentos e agia nos municípios de Cabo Frio e Búzios.
“As delegacias da região começaram a perceber que no passado recente, de um ano para cá, várias empresas oferecendo atividades financeiras e lucros substanciais migraram para essa região e isso causou um verdadeiro alvoroço na população local. Então, começaram as investigações para saber como exatamente essas empresas atuam”, disse Pedro Medina, diretor do Departamento Geral de Polícia do Interior, à reportagem.