O jornalista e escritor Edney Silvestre, um dos nomes mais reconhecidos da literatura brasileira contemporânea, volta às livrarias com o romance O último Van Gogh. Vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance e traduzido em sete países europeus, Silvestre aposta em uma narrativa que atravessa séculos para aproximar a vida do pintor Vincent van Gogh da realidade brasileira.
A trama parte do final do século XIX, quando Van Gogh enfrentava a rejeição à sua obra, a pobreza e o sofrimento que culminariam em sua morte, em Auvers-sur-Oise. O romance imagina o destino de uma tela perdida do artista, que ressurge no Brasil e transforma a vida de Igor Brown, jovem carioca que sobrevive entre trabalhos sexuais e relações passageiras, sustentado pela fachada de tradutor de Libras.
O quadro reaparece em um apartamento de luxo no Leblon, reacendendo conspirações, perseguições e dilemas de vida ou morte. Para Silvestre, a inspiração nasceu também da reportagem: “A partir da história de meninos invisíveis da Central do Brasil, perseguidos e esquecidos, nasceu Igor Brown — o michê de Copacabana, capaz de qualquer recurso para sobreviver.”
O livro alterna as vozes de Igor e Vincent, criando paralelos entre os “invisíveis” de diferentes séculos. A narrativa costura arte, marginalidade e sobrevivência em um enredo que combina drama humano, crítica social e suspense.
Com linguagem envolvente, Silvestre reafirma sua marca: dar voz a personagens à margem e refletir sobre a sociedade. O último Van Gogh chega às prateleiras prometendo ser um dos lançamentos literários mais instigantes do ano.