Com pauta de reivindicações extensa, eles pedem providências do executivo
O ano letivo de 2022 em Búzios começou com manifestação de pais e alunos. O ato aconteceu na manhã desta segunda-feira (7), em frente à sede da Prefeitura. A pauta de reivindicações é extensa, mas a retomada das aulas no formato remoto foi o estopim para a comunidade escolar. Vivenciando lutas incansáveis em prol dos estudantes, os responsáveis questionam os motivos que levaram o município a adiar por mais um mês as aulas presenciais. Na ocasião os manifestantes fizeram um abaixo-assinado contra o ensino remoto e colheram assinaturas durante o protesto.
“A prioridade número um dessa pauta é o retorno das aulas presenciais já. Nós queremos as aulas hoje como já está acontecendo no governo do estado e na rede particular. Nós estamos vindo trazer voz aos nossos filhos que querem as aulas presenciais. Entendemos que tem uns pais que não estão seguros para levar seus filhos às aulas, que esses permaneçam de forma remota”, disse Rejane que é mãe de aluno e participou do ato.
A previsão da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia é que as aulas presenciais comecem no dia 7 de março, até lá os alunos vão estudar com apostilas. A decisão de não iniciar as aulas presenciais nesta segunda foi com base nos apontamentos da Secretaria de Saúde sobre o aumento casos de covid-19 na cidade. Durante a manifestação, uma comissão de pais e alunos foi convidada para se reunir com representantes da Coordenação Pedagógica da Secretaria de Educação, Xênia dos Reis, além do subsecretário da pasta, Maycon Siqueira, do departamento Educacional, Rodrigo Ramalho, o secretário de Saúde, Leônidas Heringer, e o subsecretário de Comunicação, Marcelo Rocha.
“A reunião foi muito produtiva, já deixamos pré-agendada para a próxima sexta-feira (11) uma outra reunião. Explicamos aqui sobre o contágio da Covid em relação ao retorno das aulas presenciais. Tomamos essa decisão com base em dados emitidos pela Vigilância Sanitária, mas estamos abertos ao diálogo, a receber as reivindicações de alunos, de pais e de profissionais”, disse Maycon durante a entrevista à Prensa de Babel.
Na reunião, o secretário de Saúde, Leônidas, apresentou à comissão o panorama de contaminação pela variante Ômicron e o aumento dos números de positivados na cidade desde o dia 28 de dezembro. Em uma apresentação mostrou a curva de crescimento e que diante do arrefecimento da doença, analisando dados em uma próxima reunião da Comissão marcada para sexta-feira (11), as aulas podem retornar presencialmente antes do dia 7 de março.
Segundo a Coordenação Pedagógica, as apostilas servirão para garantir a carga horária dos alunos e para que se complete o ano letivo sem perdas de conteúdo. Quanto aos tablets, que é outra reivindicação do protesto, há previsão de chegada entre os dias 15 e 25 de março e distribuição para toda a rede até o dia 2 de abril, e servirão para aplicação de reforço no contraturno das aulas. Ainda de acordo com a coordenação, haverá professores produtores de conteúdo e outros explicadores, e que dessa maneira garantirão o reforço dos conteúdos e a segurança do ensino remoto, caso haja novos surtos durante a pandemia.
A Coordenação destacou ainda que haverá, no mês de março, uma avaliação diagnóstica que vai identificar os principais déficits na aprendizagem dos alunos da rede, e que, a partir destes dados, produzirão os conteúdos de acordo para atender a demanda. Serão entregues esses equipamentos para alunos e professores.
Na pauta de reivindicações dos pais e alunos também citam o kit alimentação, que ainda não foi entregue a todos os alunos. Foi explicado que os kits foram entregues conforme a logística da empresa que venceu a licitação, no entanto, apresentou diversas falhas na distribuição. Todos os alunos deveriam ter recebido os kits referentes a outubro, novembro e dezembro ainda em 2021. E que foi retomada a distribuição nesta segunda-feira (7) para alunos do 1 ao 5 ano. Foi firmado o compromisso de que todos os alunos recebam até o dia 7 de março todos os kits referentes aos meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Sobre a Escola Municipal Nicomedes Theotônio Vieira, o subsecretário de Educação disse que infelizmente o promotor não endossou o empréstimo nem aluguel do prédio no Porto Belo, já que não haveria possibilidade de realizar manutenção na unidade por meio do contrato já celebrado pela Prefeitura para limpeza e manutenção das unidades escolares.
A solução encontrada pela pasta foi a aquisição de módulos que serão dispostos no terreno onde se pleiteia a construção da nova escola. O subsecretário garantiu que haverá tempo hábil para a construção desses módulos e que, mesmo que haja uma decisão de retorno presencial na rede, o Nicomedes só retornará em 7 de março.
A respeito das obras na escola, elas já foram iniciadas na semana passada e o cronograma será modificado para que sejam realizados os reparos na parte menos danificada do prédio e depois na mais problemática. Haverá uma nova reunião, nesta terça-feira (8), desta vez com o prefeito, Alexandre Martins, e representantes do Conselho Escolar para falar sobre o Nicomedes de forma mais aprofundada.
Outra reivindicação em pauta por parte dos manifestantes é a transparência do uso do dinheiro do Fundeb.