Diário de Sandro Peixoto narrando suas impressões sobre os dias pós inicio da Pandemia do covid-19 em Búzios-RJ
Búzios, 21 de março de 2020.
Jamais imaginei passar por um momento tão louco. Me sinto no meio de uma guerra mundial onde o inimigo é invisível. Em várias ocasiões temi uma outra guerra mundial entre países. O pesadelo de bombas nucleares caindo na cabeça das pessoas foi quase uma certeza durante os anos de guerra fria entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética. Temi até invasões alienígenas.
Estudei e sei que epidemias e pandemias sempre fizeram parte da história da humanidade. Acho até que as maiores tragédias nem sequer foram registradas. Antes da escrita e da dita civilização, certamente os humanóides tiveram lá seus problemas com vírus, bactérias e congêneres.
No entanto, dada a baixa densidade demográfica e das dificuldades de locomoção, é possível imaginar que a letalidade não pode ser comparada como por exemplo no caso da Gripe espanhola (que não era espanhola assim como esse novo Corona vírus não é chinês e sim do planeta) que em1918 contaminou mais de 500 milhões de pessoas( quase 30% da população ) e matou quase 50 milhões em apenas 1 ano.
O novo coronavírus, no entanto, tem potencial para causar um estrago monumental principalmente na economia. A Covid19 ( esse é o nome médico dada a doença causada pelo vírus) causará mais falência que falecimentos. A quebra da economia também causará mortes
Esse é um dilema moral. Como proteger à todos se não podemos parar de produzir comida, combustíveis,água tratada, remédios, etc?
O mundo não pode simplesmente parar por seis meses – seria o ideal- senão morreremos de fome, sede e de outras doenças que aí estão.
A humanidade tem no momento uma oportunidade de rever seus conceitos de civilidade. Tenho sérias dúvidas que se esse vírus não afetasse todos da mesma maneira como a Dengue, por e exemplo, (temos ministros, senadores, deputados, ricos e milionários no mesmo barco) a resposta ao combate não seria tão grande.
Vamos ficar em casa o máximo possível. afinal, ao menos no Brasil, o problema ainda nem começou.
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