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Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial – Discriminações e Percepções

 

Dia 21 de março é o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial. Dia instituído pela ONU por conta de um acontecimento extremo, mais especificamente na África do Sul, em 1960, onde a polícia abriu fogo contra um grupo de manifestantes, que protestavam contra o *Apartheid.

O *apartheid representou a transformação do racismo em lei na África do Sul – a segregação racial foi legalmente aceita entre 1948 e 1994. Foi o regime do apartheid que retirou os direitos dos negros e deu privilégios aos brancos, minoria no país

Entender o que é discriminação é fundamental e entender o marcador raça no Brasil é mais fundamental ainda para se ter uma postura mais digna e combativa com a realidade.

A discriminação tem como significado e fundamento a separação. Separar pessoas de acordo com a característica convencionadas e se ter um tratamento diferenciado. Tratamento esse, nocivo ou não. A raça, nos tempos atuais, tem menos haver com biologia do que se imagina. A raça é um marcador social. O que seria isso? É a sua identidade a partir do olhar da sociedade, as pessoas representam e a cor da pele é marcador de identidade básico nosso.

Pois bem, a cor da pele sendo um marcador de identidade e a discriminação sendo um fator de separação, divide-se pessoas pela cor da pele, pela raça. Acredita-se que valores, tratamentos e destinos são definidos de acordo com a origem da pessoa. E o acreditar, no caso, se infiltra nas instituições públicas e privadas e moldam políticas.

A partir de convenções, se acredita que um grupo tem determinadas propensões a ações e comportamentos em detrimento dos outros e aí se acredita em determinadas punições, exclusões e privações de um grupo em detrimento do outro. Simples, mas complexo, porque tudo isso acontece de forma natural no social.

No Brasil, temos 11 milhões de jovens (15 a 29 anos) sem estudar nem trabalhar. Quase 70% são negros e pobres. Você pode olhar esse dado e ter uma interpretação naturalizada, ou pode ter um olhar de problema a ser resolvido. Se tiver o olhar natural do processo, você assina a chamada discriminação racial e se você quer resolver o problema, você luta contra a discriminação racial.

Temos atualmente 37 mil mulheres encarceradas, presas pelo Estado. 68% são negras. Você pode considerar natural a informação ou pode se incomodar e querer que esse problema seja resolvido. Se você naturaliza, você é a favor da discriminação racial, se você quer resolver o problema, você luta contra a discriminação racial.

Entende a simplicidade porque é uma questão de você escolher um lado pra ficar e entende a complexidade porque a discriminação racial apresenta vários recortes, sendo que aqui só apresentei dois e que são bem tensos e muitas das vezes, ignorados.

Mais um dia de lembrete de que temos muita coisa, muita coisa mesmo na sociedade pra se mudar, a começar, com nossa percepção de realidade e de quem ou não deve sobre sanções, punições, encarceramentos e execuções.

A luta continua…


Fábio Emecê é professor, rapper e ativista. escreve sobre música aqui no Prensa

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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