No Estado do Rio, 661 mortes foram registradas de janeiro de 2019 a 03 de novembro de 2020, decorrentes do uso do cigarro
Mais de oito milhões de pessoas morrem a cada ano diante do uso do tabaco, este é um dado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Nesta segunda-feira (16), médicos, ONGs e grupos de conscientização em todo país se mobilizam em ações para o Dia Nacional do Não Fumar, data criada para disseminar informações sobre o mal que o cigarro pode causar à saúde.
Segundo a Secretaria do Estado e Saúde (SES), apenas no Estado do Rio, 661 mortes decorrentes do cigarro foram registradas de janeiro de 2019 a 03 de novembro de 2020. No mesmo período, 20153 consultas foram marcadas para pacientes fumantes, a partir dos 15 anos de idade.
Os dados alarmantes mostram que, na cidade do Rio de Janeiro, cerca de 10,1 % da população é fumante, e de todos os homens da capital, 12,5 % praticam o hábito de fumar. Já em relação as mulheres, 8,1% fazem o uso do tabaco.
O uso do tabaco é uma das principais causas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), da Neoplasia Pulmonar (um tipo de câncer de pulmão), do Câncer de Boca e do Câncer na Cavidade Oral. O tabagismo também aumento o risco de infarto do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC), asma, enfisema e amputações em diabéticos, pelo comprometimento vascular causado pela nicotina.
Fumantes Passivos
Quando uma pessoa convive diariamente próximo à outra que tem o hábito de fumar, por estar exposta fumaça, esta pessoa se torna uma fumante passiva. A inalação da fumaça do cigarro é tão prejudicial quanto o uso.
De acordo com a SES, dos óbitos registrados desde 2019, causados pelo tabaco, cerca de 1,2 milhão são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. Apenas na cidade do Rio, cerca de 6,0 % da população se considera fumante passiva.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, gratuitamente, o tratamento para as pessoas que desejam parar de fumar. O programa de cessação de tabagismo utiliza a Terapia Cognitiva Comportamental, gomas e adesivos de nicotina e medicamentos, e, quando necessário, é realizado por uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, nutricionistas, odontólogos e psicólogos, sessões estruturadas para ajudar os fumantes a deixarem dependência química.
A aposentada Kátia Valéria Ferreira Abrantes, de 58 anos, foi uma das pessoas que deixaram de fumar por causa do tratamento oferecido no SUS. Ela, que fumou por 38 anos, mora em Paracambi, município da Região Metropolitana do Rio, onde fez o tratamento.
“Minha saúde e o sofrimento que vi uma pessoa querida passar, com câncer de pulmão me fizeram querer parar de fumar. Fiz o tratamento do SUS, em Paracambi, por três vezes, a primeira não consegui, mas meu esposo sim. Na segunda consegui, mas tive um problema sério e em vez de procurar ajuda, voltei a fumar. Na terceira vez consegui finalmente, graças ao tratamento e o suporte dado pela doutora que cuidou de mim em Paracambi”, afirma Kátia.
Para encontrar outras informações sobre o tabagismo e como parar de fumar, basta ligar para o Disque Saúde, disponível no número 136.