Com a proposta de debater o feminismo e construir posicionamentos antirracistas, o Coletivo Vista Minha Pele prepara atividades especiais para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e também o 5° aniversário do grupo. O evento intitulado 25J – Mulheres de Quariterê: Multiplicando saberes e resistências, será realizado no sábado (27), em frente ao CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras, no bairro Âncora. E vai contar com uma potente Roda de Conversa, com mulheres negras de Rio das Ostras, apresentações musicais, oficina de turbantes, feira de artesanato, pratos da culinária africana, entre outras atrações.
Neste ano o Coletivo Vista Minha Pele celebra o 5° aniversário, a co-fundadora do Coletivo, Marcela Vasques, explica que o tema do encontro visa enaltecer a representatividade, a luta e a resistência de mulheres negras de Rio das Ostras, que assim como Tereza de Benguela, representam a todas as mulheres, em espaços que antes não se imaginava alcançar. “A vitória de uma mulher negra valoriza a luta de todas nós e nos enche de esperança por mais oportunidades, mesmo que tenhamos de criá-las. É o “nós por nós” e o conceito de Ubuntu, de pertencimento e fortalecimento em comunidade. O 25J é o momento de troca de saberes e oportunidade de lazer, trabalho, cultura e arte antirracista”, observa.
O Coletivo Vista Minha Pele originou-se no interior de outro grupo de estudos e práticas da causa negra, o GALCUNE (Galpão da Cultura Negra), atuante desde 2017, na Cidade de Rio das Ostras. Nesta dinâmica, em meados de 2018, se percebeu a necessidade do aprofundamento em estudos referentes às questões do feminismo negro, com pesquisas voltadas à condição da mulher negra em Rio das Ostras.
No ano de 2019, O Coletivo Vista Minha Pele tomou corpo e voz e apresentou as suas propostas à população riostrense. A data escolhida para o nascimento oficial foi dia 25 de julho de 2019, em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, onde foi apresentado o novo projeto de trabalho, dedicado ao estudo do feminismo negro e a reverberação desta tônica ao maior número de mulheres do município e adjacências.
A integrante do grupo, Nanla Bonometti, conta que o objetivo do Coletivo é promover a reflexão sobre a importância do Feminismo Negro no debate de classe, raça e gênero. “Como bem afirma a filósofa Djamila Ribeiro, não há priorizar uma opressão em detrimento da outra, pois isto apenas reforça a estrutura racista que vivemos. A construção do Coletivo Vista Minha Pele é para todas, todos e todes que entendem o Feminismo Negro para além da teoria e, como de fato, um movimento urgente e necessário para uma verdadeira transformação da sociedade e para a busca do verdadeiro empoderamento de todas nós”, lembra a diretora citando a escritora Joice Berth.