Por Rafael Alvarenga
Desde a semana passada o futebol brasileiro anda movimentado. Afinal, além dos campeonatos regionais estão em cursos também a Copa do Brasil, a Libertadores, a Copa Sul americana, a Copa do Nordeste e a Copa Verde.
Ainda assim, o que mais impressiona essa crônica não é o calendário cheio de jogos e sim os jogadores. Ontem, pelo clássico Palmeiras X São Paulo, o meia Alviverde Tchê tchê após marcar um golaço, comemorou afirmando: “Não fui eu quem fez o gol, foi Deus.” Predomina hoje, no futebol brasileiro, tanto um discurso pronto e moralista de atletas “bons samaritanos” quanto uma atribuição de tudo o que acontece no campo a onipotência divina.
Desse modo, os jogadores que um dia foram rotulados de bad boys sem papas na língua e destacados por uma relação entre um futebol encantador e um discurso particular, saíram de cena. Lembremos de Vampeta, Edílson Capetinha, Denílson, Paulo Nunes, Edmundo, Renato Gaúcho e Romário que chegou a afirmar após um jogo: Se Deus é 10. Romário é 11!
Há alguma relação, no futebol, entre o atrevimento pessoal e a capacidade de surpreender com genialidade dentro do campo? Podemos perguntar ao Tchê Tchê se na súmula a arbitragem deve atribuir o gol a quem.
Não sou a favor do futebol enlatado; do jogador impessoal; tampouco da ideia de que devemos ser todos iguais. Não somos todos iguais e essa é nossa benção, não nosso problema.