Internet virou vitrine para promessa de rentabilidade alta e rápida
Em busca da independência financeira, muitos investidores estão caindo em golpes como os das pirâmides ou de investimentos não regulamentados. A promessa de rentabilidade alta e rápida tem atraído muitos investidores. Antes a apresentação era apenas no “boca a boca”, mas com a tecnologia os golpistas se aproveitam da facilidade oferecida pela internet para bombardear as plataformas com vídeos, imagens e frases sedutoras em busca da próxima vítima.
A preocupação para não cair em fraudes aumentou nas últimas semanas, depois que dez empresas da Região dos Lagos entraram na mira da Polícia Federal (PF), Ministério Público (MP) e Receita Federal. A investigação apura fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. Nesta quarta-feira (25), o proprietário da GAS Consultoria Bitcoin, com sede em Cabo Frio, Glaidson Acácio dos Santos, e outras quatro pessoas foram presas. Glaidson é suspeito de chefiar o sistema de pirâmides ou “esquemas ponzi” na região que prometia lucros de 10% ao mês.
A desconfiança de oportunidades milagrosas é uma das chaves para não cair em golpes financeiros, segundo o empresário e investidor, Lucas Brandão. O jovem, de 27 anos, tem investimentos diversificados em imóveis, bolsa de valores e criptomoedas. Com o conhecimento adquirido no mercado financeiro, utiliza as plataformas do Instagram e do YouTube para falar sobre investimentos, empreendedorismo e marketing digital.
“Quando ouvir alguma promessa de retorno financeiro de 2%, 5%, 10% ou mais sem nenhum tipo de risco, desconfie. O Warren Buffett que é considerado o maior investidor de todos os tempos e atual sexto homem mais rico do mundo, teve em sua vida uma média de 2% de rentabilidade ao mês. Me admira alguém falar que garante rendimentos acima desses valores. É possível em uma operação ou outra ter rendimentos altos, mas não há garantia, até porque estamos falando de um mercado extremamente volátil, não se pode prever com exatidão se ele vai valorizar ou desvalorizar”, destacou.
Após um escândalo é comum ficar desacreditado e com medo de investir, mas Lucas explica que o problema está na terceirização do investimento. De acordo com ele é preciso ficar claro que quem investe é você e reforça que não é aconselhável deixar alguém operar o seu capital. Para o empresário o conhecimento é que impede a queda em golpes.
“O mais importante antes de investir em criptomoedas, imóveis, bolsa de valores, é investir em conhecimento. O conhecimento não pode ser tirado de você. Com isso você vai poder entender qual o seu perfil investidor, se é mais audacioso, se é mais conservador… Tudo isso deve ser levado em consideração para fazer aportes financeiros. A orientação que eu dou é investir primeiro em conhecimento, depois em aumento patrimonial ou receita”.
O influencie vai além e ressalta que depois do conhecimento é necessário um preparo psicológico para poder entender a flutuação do mercado financeiro, pois é algo que sempre depende da ação de terceiros. Para se investir em criptomoedas, por exemplo, o dinheiro é aplicado em uma corretora como se fosse um banco, e de lá o investidor é quem compra os ativos do seu interesse. Outra modalidade é pode fazer compra direta com algum fornecedor, chamado P2P Lending (Peer to Peer Lending). São operações de empréstimos entre pessoas e empresas, ou seja: a instituição financeira atua apenas fazendo o “meio de campo” entre as partes interessadas.
Mas até para escolher a corretora é preciso ter cuidado. Nesse momento vale todas as buscas possíveis no site, redes sociais, verificar se possui bons relacionamentos com os clientes e se tem feedbacks positivos. Como a moeda, todo investimento apresenta duas faces: o risco e o retorno, e, por isso, toda aplicação tem que ser consciente.
“Após analisar bem comece com pequenos valores, para entender mais como funciona e ganhar maior confiança na plataforma. Eu particularmente gosto das corretoras Binance, Coinext, Foxbit, Mercado Bitcoin”, finalizou Lucas Brandão.
Sobre pirâmides financeiras e esquema Ponzi
Os membros são pagos com aportes a partir da entrada de novos participantes. À medida que a pirâmide cresce, diminui o número de pessoas para aderir a base e consequentemente a entrada de dinheiro, o que torna o esquema insustentável. É considerado crime contra a economia popular e deve ser comunicado ao Ministério Público. Já o esquema Ponzi, apesar de ser pago com recursos de novos investidores, o dinheiro é entregue a uma única pessoa que promete restituir os valores com maior rentabilidade.