Depois de uma temporada de sucesso no Teatro Ipanema, em abril, o espetáculo “Desato” retorna em nova temporada no Teatro Firjan Sesi Centro, no Rio, sempre às segundas e terças, até 16 de setembro, com ingressos a preços populares.
A montagem marca a estreia da filósofa e poeta Viviane Mosé como dramaturga de sua própria obra poética. Inspirado no livro homônimo, o espetáculo é realizado pela 8 Produção Cultural, com patrocínio da Eletrobras, via Lei Rouanet, e propõe uma experiência de cena onde a poesia se torna corpo, gesto e movimento.
Segundo Mosé, “Desato” nasce como resposta à dureza do mundo contemporâneo: “É para se abandonar pesos. Tirar e jogar fora, produzir leveza. Viver mais o agora e deixar de lado o passado e o futuro. Afinal, viver é bom sem os excessos de explicação e medo que nos rodeiam”.
Filosofia em movimento
Sob direção de Duda Maia, conhecida por integrar dança e teatro em suas criações, o espetáculo traduz no corpo as tensões existenciais presentes na poesia de Mosé. Em cena, as intérpretes-criadoras Ana Carbatti, Ana Paula Novellino e Letícia Medella exploram fisicalidade e emoção em uma dramaturgia que fala sobre amor, separação, encontros e solidão.
“Escolhi os poemas que mais me puxaram para o lado cênico. Existe uma dialética na obra da Viviane: a necessidade de nos relacionarmos e, ao mesmo tempo, a vontade de estarmos sós. O trabalho parte da fisicalidade das três atrizes”, explica Duda Maia.
A cenografia e o figurino são assinados por Karen Brusttolin, que criou uma espécie de roupa-instalação apelidada de “bololô”. Composta por várias peças que podem ser retiradas e recolocadas durante a cena, a proposta revela camadas, desconstrói e transforma o figurino em parte da narrativa.
Uma experiência de libertação
Para o elenco, “Desato” mexe intensamente com o público. “Quem não está preocupado com a própria existência está aonde?”, provoca Ana Carbatti. Já Letícia Medella destaca a porosidade da poesia de Mosé: “Ela acende a minha fogueira, me emociona, aciona o meu imaginário”. Para Ana Paula Novellino, a integração entre palavra e dança dá sentido pleno à proposta: “Podermos nos expressar fisicamente faz todo o sentido neste espetáculo, com a condução da Duda”.
A autora define o trabalho como uma experiência de livramento: “É o puro gesto de existir que precisa ser resgatado. Proponho desatar as mesquinharias”, afirma Viviane Mosé. A idealização do projeto é de Marilia Medina.
📍 Serviço – “Desato”
Local: Teatro Firjan Sesi Centro – Rio de Janeiro
Datas: até 16 de setembro, segundas e terças
Ingressos: preços populares