Matéria do Portal UOL afirma que universidade contratou funcionários para projeto, mas que recursos foram usados para remunerar apoiadores de campanha do parlamentar e da também deputada reeleita Soraya Santos
Reeleito com votação recorde (123.739 votos) para um novo mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado estadual Sérgio Luiz Costa Azevedo Filho, o Dr. Serginho (PL) está no centro de uma polêmica. De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (13) pelo Portal UOL, Serginho e a deputada federal reeleita Soraya Santos (PL-RJ) tiveram cabos eleitorais da última campanha pagos com recursos que seriam usados para remunerar funcionários contratados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) para trabalhar em um projeto da instituição de ensino superior.
O site de notícias aponta que há indícios de que, pelo menos,45 pessoas contratadas pela universidade teriam ligação com os políticos, que fizeram “dobradinha” na campanha eleitoral deste ano. Os pagamentos eram feitos com recursos que a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão do governo estadual, direcionou à Uerj; Eles ganharam até R$ 26 mil por mês durante a campanha; mas segundo alguns dos contratados ouvidos pela reportagem do Portal, não chegaram a prestar serviços para a universidade ou alegaram sequer saber que estavam contratados ou como tiveram os dados vazados. De outro lado, ele admitiram ter trabalhado ou apoiado a campanha dos candidatos do PL. A reportagem aponta que eles receberam um total de R$ 2,314 milhões de recursos que vieram da Uerj.
Os dados utilizados na reportagem foram enviados pela Uerj ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), após a abertura de uma investigação para apurar a existência de folhas de pagamento secretas da universidade de contratados para projetos realizados com recursos de secretarias e órgãos do governo estadual. Também há apurações em andamento dos Ministérios Públicos Estadual e Eleitoral, que podem culminar em ações de improbidade administrativa e até em perda de mandato de políticos. Tanto Serginho como Soraya negaram ter indicado pessoas para o projeto ou estarem envolvidos em qualquer irregularidade, assim como a Uerj.
Segundo o portal, foram dois meses de apuração, que envolveram visitas a Cabo Frio e Rio das Ostras para falar com pessoas que teriam sido indicadas pelo deputado para atuar no projeto da Uerj.
ANTIGO TITULAR DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, LIGADO A FLAVIO BOLSONARO E ALIADO DE CASTRO
Aliado do governador Cláudio Castro, Serginho ocupou o cargo de secretário estadual de Ciência e Tecnologia de novembro de 2020 até abril deste ano, quando saiu para disputar a reeleição à Alerj. Tanto a Uerj como a Faetec fazem parte da estrutura da Ciência e Tecnologia, atualmente gerida por João Carrilho, ex-secretário e vereador em Búzios.
Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro para quem fez campanha para reeleição, Serginho tem grande ligação política com o filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Mas esse não é o primeiro dissabor de Serginho após as eleições, envolvendo a Uerj. Dias após o pleito, foi divulgada a informação de que Cabo Frio não seria incluída no vestibular da instituição em 2023, por causa da pendenga judicial envolvendo o prédio da Ferlagos. A chegada da instituição de ensino superior foi uma das suas bandeiras políticas de campanha. O assunto segue sem definição, embora haja a proposta de ocupar parte do Colégio Estadual Miguel Couto, o que tem encontrado resistência da comunidade escolar.