Macaé vive a crise da geração de emprego
É preciso fazer um balanço sobre o modelo de desenvolvimento que Macaé escolheu.
Há de se resgatar antigas análises sobre a “Era do Desperdício” (2000-2010), marcada pela irresponsabilidade e obras faraônicas, pela ausência de planejamento, com os primeiros bilhões de recursos advindos do petróleo.
Agora, já podemos identificar estudos que apontam dados de uma nova “Década Perdida” (2009-2019) (https://royaltiesdopetroleo.ucam-campos.br). Os empregos, no centro da análise, chegam ao final da década com variação insignificante se também levarmos em conta o crescimento da população.
Em 2009, com uma população de 206.728, os postos de trabalho eram pouco mais de 106 mil. Dez anos depois, com mais 50 mil habitantes (256.672 em 2019), observamos variações no número de postos de trabalho, fechando o período com 116 mil empregos.
Duas considerações que merecem destaque aqui: uma comparação com municípios vizinhos e a utilização da máquina pública como principal empregador.
Macaé variou 9,7% na geração de empregos nos últimos dez anos. Ficando muito abaixo de Rio das Ostras (63,10%), Carapebus (31,29%) e Quissamã (29,12%). Macaé tem variação maior apenas na comparação com Conceição de Macabu (3,41%). Na Bacia de Campos, em média, o emprego formal cresceu 22%.
Já entre os setores que empregaram nesse período, a Administração Pública foi o que mais gerou postos de trabalho. O que explica o malabarismo dos governos para escapar da Lei de Responsabilidade Fiscal, com altos custos com pessoal. O aumento de vínculos com a Prefeitura de Macaé saltou mais de 120%. Quase 10 mil pessoas a mais.
Portanto, a principal sede das operações do Complexo de E&P da Bacia de Campos vive uma crise no emprego. Os governos que conduziram as políticas municipais nesses anos, mantiveram a mesma lógica de desenvolvimento. Não apostaram na diversificação como forma de complementar a oferta de oportunidades, e seguiram reféns das oscilações que marcam o mercado do petróleo no Brasil e no Mundo. Os governos apostaram na especulação, na publicidade e na falta investimento nos potenciais do nosso povo para além do petróleo.
Os textos de opinião publicados na Prenda não representam necessariamente a opinião do jornal.