Menu

Cidades

Curta ‘Cidade em Febre’ retrata Búzios e o impacto do turismo

filme cidade em febre
Marcos Reis, Felipe Teles, Rafael Bastos, Pétala de Jesus e Christian Santos durante as filmagens no Mangue de Pedra.

O documentário em formato de curta-metragem “Cidade em Febre” está sendo filmado em Búzios, retratando os impactos gerados pela indústria do turismo. O projeto é dirigido pelo estudante Marcos Reis, que se encontra no final da sua graduação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-UFRJ) e apresenta o documentário como trabalho de conclusão, e Felipe Teles, amigo e cineasta.

“Sempre tive vontade de estudar o turismo, pois ele altera a paisagem e rotinas das cidades turísticas. Percebi isso de maneira mais forte, como morador, com a realização das Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro. Observei as transformações que uma cidade passa ao organizar grandes eventos, ser muito visitada e viver do turismo” conta Marcos. O projeto, iniciado em 2017, é composto por uma equipe que reúne integrantes dos campos da arquitetura, cinema, teatro e produção cultural, dispostos a filmar Búzios e suas transformações sociais em momentos de alta temporada.

“Entendo que o turismo é uma maneira que o capital encontrou de precificar e transformar em produto o território urbano, principalmente o espaço público. Acontece em Búzios e em várias cidades ao redor do mundo, como Veneza, Barcelona, Lisboa, e as questões que são debatidas por lá estão muito próximas das questões de Búzios, apesar da distância” complementa. “O filme se passa apenas em Búzios, mas esperamos que pessoas se identifiquem e reconheçam que acontece em muitos outros lugares também” completa Marcos.

Durante as filmagens, a equipe foi surpreendida por detalhes específicos, e por muitas vezes curiosos da cidade: “Escolhemos Búzios por ser menor, por ser jovem e parecer mais simples, mas nos enganamos redondamente. A cidade é muito complexa, é um embate entre península e continente e existem diversas divisões de bairros, cada um com uma paisagem específica. São muitos detalhes dentro de um território tão pequeno” revela. A equipe fez questão de filmar bairros como a Rasa, a Praça do INEF, São José,  personagens buzianos, moradores antigos, pontos em que a população demonstra suas manifestações culturais e que por muitas vezes não entram nos vídeos publicitários da cidade.

“Ficamos impressionados também com a história de Búzios, uma cidade cheia de relatos interessantes. A resistência do povo negro nos quilombos, a história do traficante de negros José Gonçalves, que traficou escravos mesmo após a Lei Áurea, a influência argentina na cultura. Outro fato curioso foi o impacto do assassinato de Ângela Diniz por seu companheiro Doca Street na Praia dos Ossos, na década de 70, criando um turismo improvável para o local” detalha Marcos.

Durante a produção do curta, a equipe contou apenas com recursos próprios e apoio de colegas do Rio de Janeiro e em Búzios, mas  agora, na reta final do processo de pós-produção, foi necessária a realização de uma campanha  de financiamento coletivo para remediar os gastos imprevistos. Uma das dificuldades durante a produção do filme ocorreu na Praia de Geribá, aonde durante uma filmagem na areia uma onda inesperada alcançou os equipamentos, danificando-os e gerando uma despesa extra no orçamento.

“Resolvemos criar uma vaquinha virtual porque somos jovens, não temos apoio algum e nem todos os recursos necessários. Corremos atrás de apoio, gravamos com equipamentos emprestados, ficamos em casa de moradores que conhecemos pela internet para tocar as filmagens. Somos uma equipe grande, e estamos há um ano e meio nessa jornada, com o gasto cada vez mais elevado. O custo acabou extrapolando os limites previstos” explica Marcos, informando que contam com uma ajuda de custo da UFRJ para arcar com a gasolina utilizada nos deslocamentos.

“Optamos então pela alternativa do financiamento coletivo, fizemos um vídeo solicitando a colaboração do público e estamos tendo uma aceitação muito boa. Estamos com 30% do necessário arrecadado e estamos muito confiantes que conseguiremos a verba necessária” estima Marcos. Na página do projeto “Cidade em Febre” todo o projeto está sendo explicado, através da página ww.cidadeemfebre.tumblr.com​  ou pelo Facebook em www.facebook.com/cidademfebre/. Aos que puderem contribuir, a vaquinha de arrecadação de verbas para o curta tem o endereço www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-o-cidade-em-febre.

O filme tem previsão de estreia no dia 4 de Dezembro, na UFRJ, na FAU, e a equipe tenta levá-lo para Búzios o mais breve possível: “Estamos conversando com os cineclubes aqui do Rio pra fazer exibições e rodas de debate, e procurando locais em Búzios que queriam nos receber também” revela Marcos. Agora é só aguardar para ver Búzios nos telões.

Entrevista a Dona Eva e Dona Uia, moradoras antigas de Búzios

Curta ‘Cidade em Febre’ retrata Búzios e o impacto do turismo

filme cidade em febre
Marcos Reis, Felipe Teles, Rafael Bastos, Pétala de Jesus e Christian Santos durante as filmagens no Mangue de Pedra.

O documentário em formato de curta-metragem “Cidade em Febre” está sendo filmado em Búzios, retratando os impactos gerados pela indústria do turismo. O projeto é dirigido pelo estudante Marcos Reis, que se encontra no final da sua graduação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-UFRJ) e apresenta o documentário como trabalho de conclusão, e Felipe Teles, amigo e cineasta.

“Sempre tive vontade de estudar o turismo, pois ele altera a paisagem e rotinas das cidades turísticas. Percebi isso de maneira mais forte, como morador, com a realização das Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro. Observei as transformações que uma cidade passa ao organizar grandes eventos, ser muito visitada e viver do turismo” conta Marcos. O projeto, iniciado em 2017, é composto por uma equipe que reúne integrantes dos campos da arquitetura, cinema, teatro e produção cultural, dispostos a filmar Búzios e suas transformações sociais em momentos de alta temporada.

“Entendo que o turismo é uma maneira que o capital encontrou de precificar e transformar em produto o território urbano, principalmente o espaço público. Acontece em Búzios e em várias cidades ao redor do mundo, como Veneza, Barcelona, Lisboa, e as questões que são debatidas por lá estão muito próximas das questões de Búzios, apesar da distância” complementa. “O filme se passa apenas em Búzios, mas esperamos que pessoas se identifiquem e reconheçam que acontece em muitos outros lugares também” completa Marcos.

Durante as filmagens, a equipe foi surpreendida por detalhes específicos, e por muitas vezes curiosos da cidade: “Escolhemos Búzios por ser menor, por ser jovem e parecer mais simples, mas nos enganamos redondamente. A cidade é muito complexa, é um embate entre península e continente e existem diversas divisões de bairros, cada um com uma paisagem específica. São muitos detalhes dentro de um território tão pequeno” revela. A equipe fez questão de filmar bairros como a Rasa, a Praça do INEF, São José,  personagens buzianos, moradores antigos, pontos em que a população demonstra suas manifestações culturais e que por muitas vezes não entram nos vídeos publicitários da cidade.

“Ficamos impressionados também com a história de Búzios, uma cidade cheia de relatos interessantes. A resistência do povo negro nos quilombos, a história do traficante de negros José Gonçalves, que traficou escravos mesmo após a Lei Áurea, a influência argentina na cultura. Outro fato curioso foi o impacto do assassinato de Ângela Diniz por seu companheiro Doca Street na Praia dos Ossos, na década de 70, criando um turismo improvável para o local” detalha Marcos.

Durante a produção do curta, a equipe contou apenas com recursos próprios e apoio de colegas do Rio de Janeiro e em Búzios, mas  agora, na reta final do processo de pós-produção, foi necessária a realização de uma campanha  de financiamento coletivo para remediar os gastos imprevistos. Uma das dificuldades durante a produção do filme ocorreu na Praia de Geribá, aonde durante uma filmagem na areia uma onda inesperada alcançou os equipamentos, danificando-os e gerando uma despesa extra no orçamento.

“Resolvemos criar uma vaquinha virtual porque somos jovens, não temos apoio algum e nem todos os recursos necessários. Corremos atrás de apoio, gravamos com equipamentos emprestados, ficamos em casa de moradores que conhecemos pela internet para tocar as filmagens. Somos uma equipe grande, e estamos há um ano e meio nessa jornada, com o gasto cada vez mais elevado. O custo acabou extrapolando os limites previstos” explica Marcos, informando que contam com uma ajuda de custo da UFRJ para arcar com a gasolina utilizada nos deslocamentos.

“Optamos então pela alternativa do financiamento coletivo, fizemos um vídeo solicitando a colaboração do público e estamos tendo uma aceitação muito boa. Estamos com 30% do necessário arrecadado e estamos muito confiantes que conseguiremos a verba necessária” estima Marcos. Na página do projeto “Cidade em Febre” todo o projeto está sendo explicado, através da página ww.cidadeemfebre.tumblr.com​  ou pelo Facebook em www.facebook.com/cidademfebre/. Aos que puderem contribuir, a vaquinha de arrecadação de verbas para o curta tem o endereço www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-o-cidade-em-febre.

O filme tem previsão de estreia no dia 4 de Dezembro, na UFRJ, na FAU, e a equipe tenta levá-lo para Búzios o mais breve possível: “Estamos conversando com os cineclubes aqui do Rio pra fazer exibições e rodas de debate, e procurando locais em Búzios que queriam nos receber também” revela Marcos. Agora é só aguardar para ver Búzios nos telões.

Entrevista a Dona Eva e Dona Uia, moradoras antigas de Búzios

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Faça parte da nossa comunidade no Whatsapp e Telegram:

Se você quer participar do nosso grupo, a gente vai te contar como vai ser agorinha mesmo. Se liga:

  • As nossas matérias chegam pra você a cada 1h, de segunda a sábado. Informações urgentes podem ser enviadas a qualquer momento.
  • Somente os administradores podem mandar os informes e realizar alterações no grupo. Além disso, estamos sempre monitorando quem são os participantes.
  • Caso tenha alguma dificuldade para acessar o link das matérias, basta adicionar o número (22) 99954-6926 na sua lista de contatos.

Nos ajude a crescer, siga nossas redes Sociais: Facebook, Instagram, Twitter e Tik Tok e Youtube

Veja Também

Tecnologia da Hikvision auxilia na prevenção de desastres naturais

Pesquisa aponta alta no consumo das famílias na RMC

KFSHRC Comemora 40 Anos de Liderança em Células-Tronco na GHE 2024

Kinaxis é nomeada pela Newsweek como uma das empresas mais responsáveis do Canadá

Coluna da Angela
Coluna Clinton Davison

A reprodução parcial deste conteúdo por veículos de comunicação é permitida desde que contenha crédito à Prensa de Babel na abertura do
texto, bem como LINK para o site "www.prensadebabel.com.br"
A supressão da fonte pode implicar em medidas de acordo com a lei de direitos autorais.