Um alerta de mobilização está circulando entre moradores e ativistas ambientais de Búzios diante da votação marcada para esta quinta-feira (15), às 10h30, na Câmara Municipal. Em pauta, está a proposta de subdivisão da atual Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, que pode abrir caminho para a criação de uma nova secretaria ligada à área ambiental.
A proposta tem gerado críticas de diversos setores da sociedade civil, que apontam preocupação ao possível aumento de gastos públicos e a sobreposição de funções administrativas. A criação de uma nova pasta ocorre em meio a cortes no orçamento da secretaria já existente — inclusive em recursos já aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.
“Se a secretaria atual já enfrenta dificuldades para funcionar, como justificar a criação de outra?”, questiona uma das mensagens que circulam em grupos de moradores. “A preocupação é que essa nova estrutura sirva apenas para atender interesses políticos e consumir recursos do Fundo Ambiental”, diz o texto compartilhado por ativistas locais.
Entre os principais alvos de críticas está o nome do vereador Felipe Lopes, apontado como possível indicado para a chefia da nova pasta. Moradores alegam que o parlamentar estaria articulando a viabilização de uma obra na Lagoa de Geribá, orçada em R$ 20 milhões, mesmo sem um projeto completo de saneamento básico para a região. A versão anterior da obra, estimada em R$ 6 milhões e com previsão de sistema de esgotamento, chegou a ser rejeitada. A nova proposta, de valor mais alto e sem garantias técnicas, acabou suspensa pela Justiça após ação popular.
A mobilização convoca os moradores a comparecerem à Câmara nesta quinta-feira, cobrando mais transparência e responsabilidade no uso dos recursos públicos.
Câmara se posiciona
Procurada pelo Prensa de Babel, a assessoria da Câmara Municipal esclareceu que a responsabilidade pela proposta é da Prefeitura de Búzios. “A Câmara recebe a lei porque é o que tem que ser feito. A prefeitura tem que enviar. Mas, em relação ao motivo, ao que isso gerou e tudo mais, é o prefeito que tem que responder”, informou.
A reportagem do Prensa de Babel tentou contato com o prefeito Alexandre Martins e com o vereador Felipe Lopes, mas, até o momento, não obteve retorno para esclarecimentos sobre o assunto. Seguiremos acompanhando o caso em busca de respostas para os questionamentos da população.
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