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COVID-19: pandemia devasta economia das cidades do interior do Rio e aumenta o desemprego


Macaé entre as cidades com a maior queda de empregos formais do Estado em 2020, Maricá se destaca devido ao seu pacote econômico.

Macaé foi um dos que mais perderam postos de trabalho de carteira assinada (CLT) no ano, acumulando um saldo negativo de -5,5% em abril, seguido de Rio das Ostras -5,9 e Cabo Frio -3,06/

O que se desenhava nos últimos meses realmente aconteceu: a ausência de políticas econômicas nos municípios do interior fluminense já trouxeram resultados devastadores a economia local. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgou, na última quarta-feira (27), os dados do estoque de empregos formais nos meses de janeiro a abril, e o cenário para as principais cidades do região Norte e Lagos do Estado não é nada animador.

Nas cidades de cobertura da Prensa com mais de 100 mil habitantes, Maricá, município que apresentou grande pacote econômico e de proteção social, se destacou. E não foi apenas em relação as cidades que serão citadas aqui, o seu resultado é o melhor entre as cidades acima de 150 mil habitantes em todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. Em contrapartida, concentrando a atividade de petróleo, Macaé foi um dos que mais perderam postos de trabalho de carteira assinada (CLT) no ano, acumulando um saldo negativo de -5,5% em abril, junto de Rio das Ostras -5,9 e Cabo Frio -3,06.


Em Macaé foram desligadas no mês de abril 5.853. No acumulado do ano, o município já perdeu 5,8% dos empregos de carteira assinada existente. Mesmo com o benefício do auxílio ao trabalhador no valor de R$ 800 por três meses, não foi possível segurar os empregos. A Prensa já trouxe esse assunto para discussão por algumas vezes por ser considerada uma ajuda financeira para o empregado, mas sem efeitos efetivos para o empregador. Com as medidas de isolamento social, apenas 60% do comércio continua atuando. Logo o auxílio ao trabalhador macaense não garante segurança na manutenção das vagas.

INFORMAIS À DERIVA

Macaé foi um dos que mais perderam postos de trabalho de carteira assinada (CLT) no ano, acumulando um saldo negativo de -5,5% em abril, junto de Rio das Ostras -5,9 e Cabo Frio -3,06

Se a situação está gravíssima para os trabalhadores formais, a situação se torna caótica aos trabalhadores informais. No primeiro mês, a Prefeitura de Macaé realizou, o pagamento da primeira parcela do Auxílio Emergencial Pecuniário no valor de R$ 800, somente para 428 trabalhadores informais, número considerado ínfimo diante da taxa de informalidade, superior a 40%, segundo a Organização Internacional do Trabalho.


O caos econômico de Macaé se agrava ainda mais com a tímida apresentação dos números de benefícios concedidos aos trabalhadores formais ou informais. Outro ponto de extrema preocupação junto aos empresários é a inexistência de políticas de apoio e acesso ao crédito às empresas, levando a uma retração econômica e o aumento do desemprego.

Francisco Navega

Em entrevista concedida a Prensa no dia 05 de maio, o presidente da Associação Comercial de Macaé (ACIM), Francisco Navega, que já foi presidente do extinto FUMDEC, já previa a necessidade de instrumentos que garantissem apoio aos empresários num tempo emergencial exigido pela pandemia. “O Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico seria instrumento hoje de toda a política de ajuda a empresas formais, informais e aos alunos da rede municipal, com agilidade e legalidade que o momento exige”, explicou.

PERDA ATINGE MUNICÍPIO VIZINHO

Cabo Frio, com 219.863 habitantes, por exemplo, que já passava por apuros nessa área, só no primeiro semestre de 2019 já havia perdido 605 vagas de emprego com carteira assinada (cerca de 100 postos de trabalho por mês), não implantou nenhuma medida de auxilio econômico, apenas a distribuição de cestas básicas

Rio das Ostras segue com alto índice de encerramento de postos de trabalho. Em abril foram – 1.279, variação de -5,9%. Já no acumulado do ano o município perdeu 1.244 postos, com variação de -5,7% de janeiro a abril. A cidade tinha um estoque de janeiro a abril de 21.636 trabalhadores formais.
Cabo Frio perdeu em abril -987 postos de trabalho, com variação de -3%. Comparado dados de janeiro a abril, o município perdeu 1.995 vagas, uma variação de -6,19%. O governo está prevendo a possibilidade de flexibilização aos poucos do funcionamento do comércio local por extrema pressão dos empresários locais que criaram o movimento “Comércio de Luto”, para sensibilizar o chefe do executivo, Dr. Adriano Moreno sobre a abertura.

Cidade com melhor número do Estado

Por outro lado, a cidade de Maricá obteve números importantes para a proteção dos empregos formais e informais. A cidade teve uma perda somente de 1% de janeiro a abril. A título de comparação, a capital fluminense teve uma perda de mais de 67 mil vagas no período, o que representa uma variação negativa proporcionalmente ao seu total (–3,8%). Outros municípios limítrofes a Maricá tiveram desempenho semelhante: segundo o CAGED, Niterói teve queda de 3,6% e São Gonçalo 3,7%.

Maricá: de cidade pacata para o centro das atenções no Estado do Rio


De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, os números são importantes e dão a certeza de que as políticas de proteção econômica e social executadas em paralelo com as de isolamento social foram bem sucedidas.


O aumento do valor do Renda Básica de Cidadania (RBC) para 300 mumbucas beneficiando 42 mil pessoas e o Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT) pagando um salário mínimo (R$ 1.045) para 20 mil trabalhadores informais, além de proteger socialmente, injeta dinheiro na economia gerando demanda no setor de comércio e serviços mesmo diante da crise. “São pessoas que, por não terem emprego formal, não possuem qualquer tipo de proteção. Sem esse programa e com o necessário isolamento social estariam passando dificuldades”, disse.


Segundo o sociólogo e gerente de projetos do Instituto Municipal de Informação e Pesquisa Darcy Ribeiro (IDR), Diego Maggi, a tendência para Maricá pode melhorar: “O Programa de Amparo ao Emprego (PAE) foi iniciado a partir de agora e os créditos do Fomenta Maricá aos micro e pequenos empresários também. Essas duas políticas guardam relação direta com a proteção do emprego formal com os frutos sendo colhidos nos próximos meses”.


O PAE consiste na concessão de benefícios no valor de um salário mínimo (R$ 1.045) por funcionário registrado na forma da legislação trabalhista em vigor, durante três meses, pagos mensalmente em decorrência da situação de emergência provocada pelas medidas restritivas para conter a disseminação da Covid-19 e o Fomenta Maricá, um crédito de até R$ 40 mil as empresas locais.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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