Dos 49 mil servidores da Petrobras, 131 estão contaminados com o Covid-19, segundo boletim de monitoramento do Ministério de Minas e Energia emitido no dia 31 de agosto. Em todas as autarquias geridas pelo ministério há 307 casos confirmados em quarentena, oito hospitalizados, 3.076 casos recuperados e 20 óbitos.
O ministério faz o monitoramento oficial desde abril. Na Bacia de Campos, o Sindipetro-NF acompanha os casos inclusive pela Operação Ouro Negro. A atividade foi realizada recentemente na região pelo sindicato e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério Público do Trabalho (MPT), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Marinha do Brasil.
Acidente de Trabalho
“A contaminação por COVID-19 nas plataformas pode ser considerada como o maior acidente de trabalho já ocorrido e nada tem sido feito para investigar”. Essa é a opinião do diretor do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira. Ele lembra que o sindicato é chamado para participar de comissão de investigação de um problema elétrico, mas que no caso dessas contaminações que chegam a quase 4 mil pessoas e que causam mortes, a empresa não investiga, nem para acabar com a contaminação. Também denunciou a falta de transparência por parte da Petrobras.
Vieira alertou que, o fato de alguns trabalhadores não informarem no embarque a suspeita de contaminação e com isso colocar em risco todos os trabalhadores e trabalhadoras a bordo, está associado ao medo de perder o emprego.
De acordo com o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, é inadmissível que a companhia continue a se comportar de modo autoritário e negligente em relação à prevenção da covid-19. “Morreram pessoas, milhares foram contaminadas, o MPT faz recomendações e a Petrobras peita, diz que não vai cumprir”, protesta o sindicalista.