Curso d’água alimenta o Mangue de Pedras, junto com a água da chuva, é um ecossistema raro e de valor para a população buziana
O Conselho municipal de Meio Ambiente junto de movimentos sociais organizados em Búzios vão promover um ato público em defesa das áreas que correm risco de serem afetadas pela proposta de lançamento dos resíduos das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE’S) para a bacia do Rio Una, pelo Consórcio Municipal Lagos são João (CILSJ). A manifestação está marcada para acontecer nesta sexta-feira (28), às 10h, na Praia do Una.
Entre os grupos engajados na ação estão a Construção Coletiva, Geribá Livre, Cidadania Buziana, Movimento SOS Mangue de Pedra e SOS Rio UNA, Comunidades Quilombolas, Surfistas, Clubes de Canoa Havaiana, Colônia de Pesca Z 23, Frente Feminista, Fórum Aberto de Cultura, o Movimento de Mães ‘Por Nossos Filhos.
Além da manifestação os participantes farão parte da gravação do vídeo que será feito no protesto para divulgar o que está acontecendo na cidade.
O projeto, que tem como proposta despoluir a Lagoa de Araruama, tem inteiro apoio do grupo, segundo organizadores do evento. A solução apontada, no entanto, causará danos a outros biomas tão importantes quanto a lagoa.
Os estudos preocupam ativistas e ambientalistas, pois a medida pode afetar a Praia Rasa e o Mangue de Pedra, ecossistema único no mundo de valiosa importância para a cidade.
“O Conselho de Meio Ambiente, o Projeto Núcleo de Educação Ambiental da região da Bacia de Campos (NEA-BC) e outras entidades está participado da Câmara Técnica criado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBH) para estudar sobre o caso, mas não há avanços na discussão. Está travado”, explica Mônica Casarin, membro do Conselho Municipal.
Com o debate sem resultados efetivos, o Conselho, entidades e a sociedade civil organizada acharam necessário, segundo Mônica “fazer barulho” para que tenha avanços e que não ocorra o lançamento de resíduos no Rio Una.
MANGUE DE PEDRAS
O ecossistema raro localizado na praia Gorda em Búzios, é um dos três mangues de pedras existentes no mundo. Em 2018 o Mangue teve sua área transformada em APA (Área de Preservação Ambiental). Um dos motivos também para a importância do Mangue, além da raridade, é ser o berço de animais marinhos e possui uma quantidade pequena de vegetação do bioma Mata Atlântica no Brasil.
Além disso, pescadores artesanais e marisqueiros usufruem do local, com o extrativismo de peixes e moluscos.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Débora Evelin.