O governador do Rio de Janeiri, Wilson Witzel, publicou um vídeo onde aparece junto com policiais sobrevoando de helicóptero a cidade de Angra dos Reis, e com snipers atirando contra a população a pretexto de combater os bandidos. As imagens tiveram uma repercussão negativa e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (CDDHC) denunciou para a Organização dos Estados Americanos (OEA) este e outros casos envolvendo o chefe do executivo estadual.
O documento ressalta ainda que desde sua campanha ao Palácio Guanabara até os dias atuais Witzel sempre disse e estimulou que era preciso “abater traficantes”, construir a “nossa Guantánamo”, e “atirar nas cabecinhas” dos criminosos. A presidência da CDDHC classifica que esta política de estado tem como base “crimes contra humanidade, pena de morte e tortura, e que, por óbvio, contrariam a Constituição Federal”, segundo o documento.
Para a presidente da comissão de Direitos Humanos da Alerj, a deputada Renata Souza, as declarações do governador estimulam a violência: “O Rio de Janeiro vive hoje o seu pior momento no que se refere aos casos de morte por intervenção policial, são mais de 400 casos só nos primeiros 4 meses do ano de 2019, é o maior número dos últimos 20 anos. O governador já fez inúmeras declarações públicas legitimando a letalidade policial dentro das favelas e periferias do Rio, o que nos faz pensar que esse aumento expressivo nos números de mortes por ação policial tem relação direta com a permissividade vinda do chefe do executivo”.
A chacina do Fallet Fogueteiro, favela do Centro do Rio e o caso do músico Evaldo que teve o carro fuzilado com 80 tiros são outros casos que a CDDH denuncia à OEA. A Comissão solicita às autoridades estrangeiras que exija das autoridades brasileiras uma declaração a respeito dos fatos apresentados e cobre do Estado Brasileiro ações concretas que reduzam os números de violações de direitos humanos relacionadas às operações das Forças de Segurança