A situação no comércio de Cabo Frio segue abaixo do que era anos atrás. Vendas abaixo da média, medo por parte do consumidor, redução de oportunidades de emprego, dificuldades para cobrir as despesas. Estes são alguns dos problemas enfrentados nacionalmente e também na cidade litorânea. Lojas fechando e movimento fraco. Esse tem sido o panorama dos últimos meses, que penam em função da crise econômica do país.
O presidente da Associação Comercial de Cabo Frio (ACIA), Eduardo Rosa, reconhece que o momento não é dos mais favoráveis para o setor, e ressalta que, “justamente por isso, os comerciantes devem buscar a profissionalização e reestruturação como forma de fortalecimento. Sem outras alternativas, os empresário se desdobram para tentar reverter ou ao menos minimizar os efeitos da recessão”, disse.
Uma das causas da crise no interior do estado do Rio, principalmente, é por conta dos cortes nos royalties do petróleo. As cidades vêm sofrendo com a pouca diversificação de suas economias e, hoje, têm de lidar com pesados cortes no orçamento. Dilemas realçados pelo legado de maus investimentos feitos nos últimos quinze anos. Em 1999, logo após a abertura do setor de petróleo, os municípios do Estado do Rio receberam R$ 222,7 milhões em royalties e participações especiais.
O número saltou quase 2.000% e, em 2014, chegou a R$ 4,654 bilhões, em valores correntes. Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional e a crise da Petrobras, a farra dos royalties perde fôlego. No ano passado, a arrecadação caiu 35% para R$ 3,022 bilhões, segundo dados da InfoRoayalties, com base na Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Prejudicados
Pontos comerciais em galerias, lojas de rua, pequenos e grandes comércios têm sofrido com a crise. Até mesmo supermercados e farmácias que vendem bens de primeira necessidade têm registrado redução no volume de vendas. Qualquer pessoa que passa na rua com frequência pode perceber o “abre e fecha” de lojas diferentes no mesmo ponto comercial em 2016 e no início de 2017. Porém, existem aqueles empresários que tem persistido e mesmo com a baixa nas vendas tem lutado para manter seu comércio prosperando.
Luciene Guerreiro, da Camisaria Fascynios, revelou que a loja tem feito promoções e facilitado a forma de pagamento para alavancar as vendas, medidas que não tem surtido o efeito esperado. “Desde que essa crise começou, as pessoas têm evitado fazer compras à vista. Nós percebemos essa tendência e passamos a oferecer outras formas de parcelamento. Mesmo assim, o movimento tem sido muito fraco. Isso não é apenas em nossa loja, todos os comerciantes têm sofrido bastante com a queda nas vendas. Essa semana mesmo, um comércio vizinho, que funcionava há anos, fechou as portas em função dessa crise”, falou.
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