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Comerciantes de Búzios fecham lojas temporariamente durante audiência sobre cruzeiros

Reunião pública convocada pela Justiça Federal discute licenciamento ambiental de fundeio de navios; setor comercial alerta para impacto econômico
Comefrcaintes e outras categorias já circilando nas ruas do centro demontrando inssatisfação
Comefrcaintes e outras categorias já circilando nas ruas do centro demontrando inssatisfação

“Vamos fechar por duas horas para não fechar para sempre”

Lema da paralização

Comerciantes de Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, suspenderão as atividades por duas horas nesta quarta-feira (30), em protesto durante a audiência pública que discute o futuro do fundeio de navios de cruzeiro na cidade. O ato foi organizado por empresários do Centro, do bairro dos Ossos e de áreas próximas, em reação à possibilidade de restrições à atracação das embarcações.

A audiência, que será realizada às 14h na Praça Santos Dumont, foi determinada pela juíza federal Mônica Lúcia do Nascimento Alcântara Botelho, no âmbito de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF). O processo questiona o licenciamento ambiental das operações de cruzeiros, considerando possíveis impactos ambientais na região.

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A paralisação parcial do comércio foi articulada pela Associação do Centro Turístico de Búzios (ACTB), que reuniu mais de 40 estabelecimentos sob o lema “Vamos fechar por duas horas para não fechar para sempre”. A mobilização busca chamar a atenção para a importância econômica da atividade de cruzeiros para o município.

Representantes da ACTB

Segundo a Prefeitura de Búzios, a temporada 2024/2025 contou com cerca de 100 escalas de navios, movimentando aproximadamente 500 mil visitantes entre outubro e abril. A administração estima que o setor gerou cerca de R$ 13 milhões para a economia local, com impacto direto sobre restaurantes, hospedagens, transporte e comércio.

Entre os pontos debatidos na audiência está a exigência de instalação de boias de amarração para os navios, baseada em um estudo técnico de 2010. Especialistas alertam que as embarcações atuais são significativamente maiores e demandariam estruturas com investimentos da ordem de dezenas de milhões de reais, além de potenciais impactos sobre o fundo marinho e o Parque dos Corais, área ambientalmente sensível.

A prefeitura e representantes do setor empresarial defendem a manutenção das operações com adequações técnicas, argumentando que a atividade é essencial para a economia local. O Ministério Público, por sua vez, afirma que a operação carece de adequação ambiental e de garantias de segurança náutica.

A audiência não teve deliberação final, mas o tema continuará em análise pela Justiça Federal. O resultado pode influenciar diretamente as próximas temporadas de turismo marítimo em Búzios.

Desafios técnicos e inviabilidade para o município

O especialista em logística marítima e portuária Luciano Oliveira, com 40 anos de atuação no setor — incluindo operações com navios da OTAN —, apresentou uma análise técnica sobre a viabilidade de ancoragem de cruzeiros em Búzios.

Segundo ele, há quatro modelos principais de fundeio utilizados por grandes embarcações, todos com exigência de estudos técnicos aprofundados, mão de obra especializada e presença obrigatória de práticos marítimos — o que eleva significativamente os custos operacionais.

Entre os modelos considerados, o mais comum é o das boias tipo “Dolphin”, que, embora pareçam simples, envolvem investimento inicial na casa das dezenas de milhões de reais e exigem estruturas robustas, como:

  • 4 a 5 boias de apoio;
  • Correntes de grande resistência;
  • 8 a 10 sapatas cravadas no leito marinho.

Além do custo elevado, Oliveira aponta para os impactos visuais permanentes que tais estruturas trariam à paisagem da cidade, destoando da natureza sazonal da operação de cruzeiros — diferente de portos comerciais como o da Baía de Guanabara, que operam o ano inteiro.

Outro ponto crítico é o risco ambiental. As obras afetariam diretamente o fundo marinho da região, que abriga o sensível Parque dos Corais, exigindo licenciamento rigoroso e medidas específicas de mitigação de danos.

“O debate em torno das boias começou há cerca de 15 anos, sem base técnica adequada, e foi evoluindo até a audiência de agora. Mas os navios mudaram, cresceram, e as soluções precisam acompanhar essa realidade”, afirmou.

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