A eleição do ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá (PT) à Câmara Federal representa não apenas levar o nome da hoje próspera cidade, de volta ao Congresso Nacional, mas também a oportunidade de dar maior visibilidade e ampliar as suas conhecidas políticas públicas, como a Moeda Social Mumbuca e tarifa zero de transporte público, para além dos limites do município da Região Metropolitana.
Terceiro mais votado da legenda, com 113.282 votos, Quaquá vai para Brasília na condição de “embaixador” das políticas públicas as quais foi o principal artífice nos dois mandatos que exerceu no Executivo municipal, entre 2009 e 2016. O êxito de Quaquá na gestão municipal o levou a fazer o sucessor, o atual prefeito Fabiano Horta (PT), que atualmente também cumpre o segundo mandato.
Impulsionado pelos recursos dos royalties que, em 2021, somaram R$ 2,4 bilhões em repasses, o município agora terá condições de “exportar” suas experiências para outros lugares do Brasil, uma vez no estado do Rio, outras cidades já copiam os programas, a exemplo de Cabo Frio, com a Moeda Social Itajuru; e Niterói, com a Araribóia.
Para o atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, a eleição de Quaquá para Câmara Federal tem uma forte simbologia, porque o ex-prefeito já declarou que pretende pautar, no plano federal, as bandeiras e políticas públicas implantadas em Maricá nos últimos 15 anos.
“Inclusive, o presidente Lula já fez falas muito interessantes sobre o conceito da renda básica, com a Moeda Social, como aplicado em Maricá e da possibilidade disso começar a ser replicado no Brasil como um todo. Quaquá chega à Câmara Federal levando ideias que já foram testadas e bem sucedidas, com números importantes sendo alcançados, agora numa discussão de replicar isso numa escala maior. E para além da própria questão do transporte gratuito, da Moeda Social, e do crédito facilitado ao pequeno e microempreendedor, que em Maricá também vem ganhando uma escala importante, Quaquá vai ter muito a contribuir com esse debate”, destacou Sardinha, em projeção a uma possível vitória do ex-presidente no segundo turno das eleições.
Atualmente, em Maricá, a Mumbuca beneficia 42,5 mil pessoas, que recebem o equivalente a R$ 200 cada, independentemente que sejam da mesma família. Em meio à pandemia, o programa de transferência de renda cumpriu um importante papel de manter a economia aquecida. No período mais agudo da pandemia, o valor por pessoa foi reajustado para R$300. Somente entre o início de 2018 e setembro de 2021, R$ 2 bilhões circularam em Maricá com o uso da Mumbuca.
Apostando em uma vitória petista na corrida para o Planalto, o secretário também vislumbra parcerias com o Governo Federal, a partir da presença do ex-prefeito na Câmara, para expansão dos programas no próprio município, constituindo-se numa verdadeira “via de mão dupla”.
“Por mais que hoje Maricá tenha uma questão orçamentária, em termos de receita, bem importante, independentemente disso, para qualquer município, é importante ter uma interlocução facilitada e republicana com outras esferas de poder. Principalmente porque eu acredito que teremos um novo presidente da República no ano que vem, e tudo isso vai fazer com que Maricá dialogue com uma série de programas que serão desenvolvidos pelo novo governo e Quaquá presente como deputado federal vai ser um interlocutor importante para que isso se viabilize. Então acredito que, para além dessa questão da contribuição com o governo federal, onde Maricá funcionaria como uma espécie de exportador de políticas públicas, a presença do Quaquá também tem essa importância para a cidade”, acredita.