Essa semana li com desprazer a notícia de que Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, filiado ao PHS (Partido Humanista da Solidariedade), vetou um Projeto de Lei que determinava que 30% dos ingressos para qualquer evento esportivo na cidade fossem vendidos a preços populares. Ao ser questionado, recentemente, sobre o veto Kalil argumentou “Futebol não é coisa pra pobre”.
Ora, mas o futebol é um esporte popular, nasceu entre os plebeus onde quer que tenha sido. Bem, vamos ponderar: O futebol nasceu, fez e faz sucesso sim entre os plebeus até hoje. Mas faz tempo que ir ao estádio passou a ser coisa de classe média, pois um ingresso custa em média R$ 50,00 no Brasil. Portanto, a declaração de Kalil, embora cruel, é um reflexo da realidade.
Mas vejam bem, não defendo as idéias desse sujeito. Vamos entender: O futebol no estádio é cada dia mais violento em razão, entre outras, de bandidos infiltrados nas torcidas organizadas que ganham ingressos com desconto ou de graça dos dirigentes dos clubes. Acrescentemos a isso o Estado, enquanto inteligência policial incapaz de detectar e punir vândalos e agressores. Então, qual a saída defendida por Kalil – e pela elite nacional – aumentar muito o preço da entrada! Assim, cria-se, mas não se diz, uma equação preconceituosa, excludente e nefasta: afastando o pobre do estádio estaremos seguros. E como não haverá problema a segurança será eficiente. Isso é um insulto que não devemos receber calados.
Antes de acabar, duas coisas: (1) O Partido Humanista da Solidariedade é a favor da decisão anti humanista e não solidária de seu membro? (2) Enquanto político não ganhar salário mínimo lei alguma beneficiará o povo, de verdade.