Artigo de opinião do cientista político, representante do Instituto Informa no RJ,
José Carlos Alcântara
Através da forma imoral como a política é praticada aqui em Búzios e, apesar de ter se emancipado há quase 30 anos, a cidade se vê diante de uma situação dramática, que é agravada pela exploração descontrolada do turismo e o grande crescimento de sua população.
A cidade parece já não ter mais o direito de escolher com total isenção seus próprios dirigentes e seus eleitores estão agora diante de um dilema: negociar o seu voto com verdadeiros mascates da corrupção ou ignorar essa partilha feita do poder público pelos oportunistas de plantão, que continuam a esboçar as estratégias para iludir mais uma vez a sua população.
Os novos prefeitos quando entram na prefeitura, não auditam ou apuram a responsabilidade por malfeitos cometidos por seus antecessores. Cooptam os secretários e os mesmos funcionários públicos de governos anteriores, para criar novas quadrilhas para continuar a assaltar os cofres públicos. Um círculo vicioso: “Quem está dentro não quer sair e quem está fora quer entrar.”
Discutir a cidade e romper com o paradigma dessas gestões danosas para o município, é buscar a união de todos em torno de uma candidatura responsável por gerir projeto amplo de renovação com propostas discutidas pelos mais diversos setores da população.
Essa busca não é só por um choque de gestão, mas um choque de responsabilidade envolvendo à todos: empresários, trabalhadores, estudantes, professores, políticos, donas de casa, funcionários públicos e todos interessados em executar reformas urgentes que transformem a difícil e conhecida realidade de Búzios.
Será uma irresponsabilidade fatal, permitir que o próximo prefeito seja eleito com apenas 30% dos votos, que é o número aproximado de ‘beneficiados’ pelo empreguismo desvairado do governo. Uma manjada e reiterada prática que só tem aumentado a cada gestão pública de Búzios.
Não se arrebentar de vez com o cabresto dessa folha de pagamento inchada, faz a cidade se arrastar para um nível de empobrecimento insuportável e com os sinais visíveis de maquiagem do seu patrimônio público.
É preciso reduzir o grande dispêndio com a folha de pagamento, para atingir um nível que não ultrapasse 40% do orçamento, além da redução de serviços terceirizados, cujos contratos devem ser reavaliados para suprir as reais necessidades da população.
Estabelecer um compromisso com a política local, não é apenas se envolver com partidos políticos. É poder participar de um movimento popular por uma reforma administrativa de Búzios, propondo novas políticas públicas, executando amplo programa de governo, fixando metas e cobrando os resultados.
Não queremos discutir candidatos, mas projetos para a cidade. O despreparo e o ego de pré-candidatos de plantão, não pode prevalecer sobre o bom senso dos habitantes da cidade que possui uma beleza privilegiada e é um importante destino do turismo internacional.