No último sábado (29), em todo o Brasil aconteceu o ato #EleNão. A população da Região dos Lagos, maior parte de mulheres, se reuniu em Cabo Frio para o protesto contra o candidato Bolsonaro. A concentração foi na Praça Porto Rocha, no Centro, e reuniu cerca de 5 mil pessoas (do meio da tarde até a noite) pelas ruas da cidade, numa manifestação contra o ódio, a intolerância e o fascismo, e em defesa de um Estado democrático onde os Direitos Humanos básicos sejam respeitados.
O evento fechou com uma passeata do Centro à Praia do Forte, contou também com roda de conversa e música. #EleNão foi divulgado pela internet, nas redes sociais, e teve grande adesão, uma das maiores do ano em atos públicos. A Guarda Municipal foi solicita e ajudou a organizar o protesto pelas vias. Segundo alguns relatos, pessoas jogaram ovos no trio elétrico na orla da Praia do Forte.
Professores, autônomos, funcionários públicos, famílias inteiras, público LGBT, estiveram presente. Os participantes fizeram faixas, cartazes, vestiram camisetas, e todos davam o recado de insatisfação contra o candidato do PSL. Palavras de ordem e músicas foram entoadas.
Um dos organizadores do ato e diretor do Grupo Iguais, Rodolpho Campbell, falou que “tudo foi lindo e maravilhoso, cada segundo. Me emocionei em diversos momentos e lavei a minha alma. Ficou e ficará registrado na história de Cabo Frio, da Região dos Lagos, do Brasil e do mundo esse momento que vivenciamos e tive o prazer de protagonizar com a mulherada poderosa brasileira. Obrigado a todos nossos colaboradores solidários (pessoas físicas que ajudaram a financiar a estrutura de nossa manifestação), aos artistas culturais que se dispuseram a participar de nosso ato com seus trabalhos, nossos companheiros de luta que ajudaram na coordenação da organização e todos membros do Grupo Iguais que ajudaram a construir esse momento épico”, falou.
Um das organizadoras, a Juliana Tempone, acredita que o protesto foi importante para passar uma mensagem. “O protesto de sábado foi muito importante pra marcar que a Região dos Lagos, que é tão conservadora, tem uma população que não aceita mais a imposição do fascismo e está fazendo um movimento de resistência frente a isso. Houve apoio popular na construção pré-ato com o financiamento coletivo para os custos do ato, teve uma adesão no dia que surpreendeu a expectativa da organização, pois a estimativa de público foi de 5 mil pessoas ao longo das 5 horas da manifestação. Então, por tudo isso, o saldo foi muito positivo pra nós”, disse.
Juliana ainda afirma a importância dos movimentos juntos. “Além disso, ter diversos movimentos juntos (de mulheres, LGBTQs, negros, religiosos de diversas vertentes, e população no geral) construindo coletivamente mostra que as pessoas estão se unindo para impedir uma lógica de hegemonia do poder concentrada numa parcela pequena da população, visto que somos um país, e por consequência uma região, muito diversa e necessitada de representatividade plural”, afirmou.
Em Rio das Ostras também teve ato. A concentração foi na Praça dos 3 Morrinhos e houve caminhada até a Praça José Pereira Câmara. Contou entre 300, 350 pessoas. De acordo com uma das organizadores, a Winnie, “O saldo foi muito positivo, tivemos entre 300, 350 pessoas na rua. Maioria mulheres, 80% mulheres. Nós conseguimos marcar posição, mostrar que Rio das Ostras não vai aceitar a eleição de um candidato fascista. A gente conseguiu dialogar com algumas pessoas que estavam passando na hora, tanto na Praça onde concentramos, tanto na Praça onde ficamos depois. Foi maior do que esperávamos e a recepção foi muito boa, apesar de ter tido uma ou outra manifestação contrária e manifestação a favor do Bolsonaro, a gente conseguiu ver muito mais manifestação a favor do #EleNão entre os que passaram”, disse.