Para quem é de Cabo Frio a imagem das eleições está muito fresca em sua memória. Desde 2016 a cidade teve dois pleitos para chefe do executivo, onde Marquinho Mendes (MDB), há três anos, ganhou nas urnas e, logo após, foi cassado e dando vez ao prefeito atual, Adriano Moreno (Rede). E essa “confusão” toda, como dizem os moradores locais, está prestes a recomeçar, pois falta um pouco mais de um ano para a próxima eleição municipal, em 2020.
A justiça determinou a cassação de Marquinho em abril de 2018 por ato doloso de improbidade administrativa e, segundo o processo, Mendes estava com os direitos suspensos na época das eleições. Por isso, ele não poderia ter sido candidato a prefeito em 2016. Para muitos a decisão determinou o fim de sua carreira política.
Alair Côrrea foi denunciado pelo Ministério Público por crime de peculato. Segundo a denúncia do MP, Alair teria desviado R$ 25.410,00 entre 2015 e 2016 e agia em parceria com o ex-secretário de Fazenda, Aquiles Francisco Correa. Em 2016 ele já era dado como fora do jogo político como liderança. Fazendo uma análise pelos novos grupos que estão nascendo e observando o cenário como um todo, Marquinho Mendes, pela cassação, e Alair Corrêa, pela denúncia de peculato, perderam suas posições de líderes, e amargam assistir como coadjuvantes o inicio de uma nova história política no município.
Além dos acontecimentos de cunho judicial com os ex-prefeitos, nesta semana Dr Adriano, ao que tudo indica, conseguiu enfraquecê-los ainda mais trazendo um nome que já fora do grupo do Marquinho e agora está no Governo Municipal: o vereador Miguel Alencar (PPS). Miguel é o novo secretário de governo, anunciado nessa última quinta-feira (14). De acordo com relatos, Alencar vai cuidar da parte política do cargo. Quem acompanha o cenário cabofriense sabe que as mudanças afetam diretamente o ciclo político dos ex-prefeitos. Nove vereadores apoiaram a transição.
Andando pelas ruas do município, o povo reconhece essa virada e falam em novos nomes para as eleições. Para a surpresa de alguns, Dr Adriano, mesmo sofrendo os impactos comuns de quem já está em exercício na administração pública de um município combalido pelo histórico de abandono pelos já citados ex-prefeitos, continua forte no cenário de 2020.
Também é citado Rafael Peçanha (PDT) e, há rumores, de que Peçanha está para mudar de partido, nada definido. Mas fala-se em PSB de Alessandro Molon. Para alguns o inexperiente, recém eleito deputado estadual, Dr Serginho também pode vir a candidato para prefeito. Vindo por fora, o grupo do PSOL ganha relevância com atividades presentes na Câmara dos Vereadores e ações nas ruas.
Não há como afirmar que um desses irá levar a corrida eleitoral. Em pouco mais de um ano o cenário pode mudar, nomes podem surgir, mesmo com um caminho desenhado. Até lá, o povo será o termômetro para saber com exatidão quem é quem nesse novo ciclo. O certo é que o ciclo da sucessão estilo “café com leite” Alair x Marquinho demonstra ter chegado ao fim.