Nesta semana, dois casos de racismo no município de Macaé, na Região Norte Fluminense, geraram indignação e repercussão nas redes. O primeiro ocorreu no último domingo (16), em um quiosque próximo ao hotel Bellatrix, na Orla do Pecado, e as vítimas foram duas jovens negras: uma formada em odontologia e outra estudante de medicina. As duas estavam em momento de lazer quando foram surpreendidas pelo ato de violência. Já o segundo aconteceu no prédio da prefeitura do município, onde uma mulher de 52 anos foi presa por injúria racial contra um servidor público. Ela resistiu a abordagem e os policiais precisaram carregá-la na cadeira até a viatura.
O primeiro caso contou com mobilização nas ruas com participação do coletivo “Coisa de Preto”, além da a presença de Iza Vicente, advogada e vereadora em Macaé pelo partido REDE, e do advogado Emanuel Pinheiro, que testemunhou e prestou assessoria jurídica no ato da violência. O ato promoveu repercussão e discussão nas redes, ampliando os ambientes de debates e respostas da prefeitura do município.
Em um primeiro momento, em relação ao primeiro caso, a prefeitura de Macaé soltou uma nota afirmando que, diante do caso de racismo ocorrido no último domingo (16), já haviam determinado à Procuradoria Geral do Município e à Secretaria Municipal de Promoção à Igualdade Racial que medidas administrativas e judiciais fossem tomadas diante da grave agressão. “A Prefeitura reafirma seu repúdio a toda forma de racismo ou preconceito e que não deixará de se posicionar e agir neste e em outros casos”, esclareceu.
Já ontem, quarta-feira (19), em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o prefeito de Macaé, Welberth Rezende, juntamente com o Procurador Geral Fabiano Pachoal, com a secretária de Promoção à Igualdade Racial Zoraia Braz, a vereadora Iza Vicente e o representante do coletivo Coisa de Preto para anunciar as medidas administrativas que foram tomadas contra o dono do quiosque da Orla que cometeu o caso de racismo com a dentista e a estudante de medicina moradoras do município. Dentre as medidas tomadas, houve a determinação do fechamento do quiosque e a suspensão da licença do indivíduo pela Secretaria Municipal de Posturas. “As demais medidas serão motivadas pela Procuradoria Municipal e demais órgãos da administração pública”, esclareceu o prefeito nas redes.
Hoje pela manhã a prefeitura Macaé divulgou a realização do Dia D de combate ao racismo. Em nota, a prefeitura contou que na próxima segunda-feira (24), acontecerá o dia D Macaé-cidade antirracista, dando início a uma campanha de mobilização no município. A ação, segundo o governo municipal, acontecerá nas secretarias municipais.
“A partir do lançamento da campanha, que será contínua, serão utilizadas ferramentas publicitárias, como cartazes, outdoors, busdoor, camisetas, botons e artes específicas que vão possibilitar o internauta usar a logomarca da campanha no avatar das redes sociais. Também está prevista a promoção de ações como rodas de conversas nas escolas municipais”, afirmou em nota.
O Disque Racismo em Macaé atende pelo número (22) 99244-7709.