Depois de muitos anos de luta incansável dos artistas de Casimiro de Abreu, a cidade finalmente poderá ser reconhecida por lei como ‘Capital da Poesia’. O título foi aprovado na sessão de terça-feira (14) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A produtora cultural, Paula Campos, uma das pessoas que mais batalhou por essa conquista, destacou a luta dos artistas. “Estamos muito felizes com a notícia. Há dois anos que poetas do Brasil inteiro, todo sábado, leem o manifesto com a missão de transformar Casimiro na Capital da Poesia”, comemorou ela que é idealizadora do Sarau Atemporal, do projeto ‘Viva Casimiro’.
O Projeto de Lei 5.919/2022 é da deputada Adriana Balthazar (PSD), que justifica a realização desses eventos artísticos e turísticos no município como impulsionadores da poesia na cidade, que ganharão ainda mais força com esse reconhecimento.
“Os artistas da cidade fazem diversos eventos para divulgar a marca do município, que é a poesia de Casimiro de Abreu. O símbolo da cidade influencia os moradores poetas, que já pintaram os muros do município com versos de poemas famosos e anônimos. O título, que a cidade já reivindica há anos, vai dar mais força aos eventos para atrair mais turistas e desenvolver o lugar”, afirma Adriana Balthazar.
O presidente do Conselho Regional de Turismo da Costa do Sol, Marco Navega, afirma que Casimiro tem um potencial turístico enorme, com cachoeiras, rios, serra e locais históricos. Segundo ele, o que falta para o município é visibilidade, por isso comemorou a votação do Projeto de Lei na Alerj.
“Casimiro é um tesouro ainda desconhecido, infelizmente. Temos distritos de beleza ímpar, como Barra de São João, que tem um rio com passeios e um polo gastronômico que começou a se desenvolver. A paisagem da cidade é tão bonita, que em diversos pontos estão sendo feitas gravações de novelas por simularem bem as paisagens do Pantanal Mato-grossense”, lembra Navega.
O projeto segue para sanção do governador Claudio Castro.
Importância histórica e cultural
De importância histórica e cultural, a cidade leva o nome de um dos mais importantes poetas do romantismo brasileiro do século 19: Casimiro José Marques de Abreu. Nascido em Barra de São João, distrito da cidade, em 1839, ele deixou uma das principais obras do movimento artístico, chamada “Meus oito anos”. O prodígio Casimiro morreu jovem, com apenas 21 anos. O poeta é o patrono da cadeira número seis na Academia Brasileira de Letras (ABL).
Bairro modelo
Paula Campos destaca que agora é preciso trabalhar o planejamento rumo ao bairro modelo, que é transformar o bairro Industrial em referência de cultura e outras frentes. Segundo ela, são seis ações prioritárias de planejamento: revitalização com arte nas ruas; jornada Lixo Zero; bem-estar animal; acessibilidade; segurança pública e regularização fundiária.
Quando a revitalização com arte nas ruas, Paula explicou que algumas ruas já receberam o projeto Poesia no Muro, porém, devido a pandemia, a falta de recursos financeiros e a carência de artistas na cidade, faz-se necessário envolver o comércio para que a arte urbana floresça na cidade.
Outra proposta é o Lixo Zero. Por meio de parceria com Simone Seraphim, embaixadora do projeto, está acontecendo compostagem comunitária e apoio à horta. O Pjota Center doou as telas para a composteira. Ricardinho, da Arte Coletiva, tem contribuído com a parte prática.
Quanto ao bem-estar animal, a Associação Amar ofereceu casinhas para os animais residentes no bairro, caso os protetores dos animais do bairro estejam engajados nessa causa.
Na parte de acessibilidade, o objetivo é incentivar a nivelação das calçadas e nova praça acessível, com lixeiras para coleta seletiva e mural para classificados e informações importantes. Quanto à segurança pública, pretende-se implantar o método Koban (japonês) de Polícia Comunitária, com policiais trabalhando por turno numa base e tem como missão ouvir opiniões dos moradores a respeito da segurança, participar das atividades da população local e garantir a segurança geral. E fechando a lista a regularização fundiária, obtenção de matrícula no Cartório de Registro Geral de Imóveis – RGI.